
SÃO LUÍS - O Ministério Público ofereceu denúncia contra 13 pessoas
pelo assassinato do jornalista Décio Sá. A denúncia crime foi
apresentada a 1ª Vara do Tribunal do Juri.
De
acordo com informações, o Ministério Público apontou todos os
denunciados por envolvimento direto no assassinato do jornalista. Entre
os envolvidos, o advogado Ronaldo Ribeiro e o empresário Gláucio
Alencar. Ronaldo Ribeiro é advogado de Gláucio Alencar e estaria sendo
investigado também pelo crime de agiotagem.
Operação Detonando
As
investigações da polícia que resultaram na "Operação Detonando” teve
como desfecho o pedido de prisão preventiva de 13 pessoas além da
apreensão de carros, documentos, cheques e notas de empenho de
prefeituras maranhenses.
Entre
os envolvidos diretamente na morte do jornalista estão: Gláucio
Alencar, de 34 anos, apontado como um dos mandantes do crime e suspeito
de ter financiado a execução do jornalista; José de Alencar Miranda
Carvalho, de 72 anos, pai de Gláucio Alencar, apontado, também, como
mandante e financiador do crime; capitão Fábio, conhecido, também, como
"Capita", subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do
Estado do Maranhão, suspeito de fornecer a arma que executou o
jornalista; Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, apontado como executor
de Décio Sá e que está preso desde o dia 5 deste mês por tráfico de
drogas – com uma extensa ficha criminal; Fábio Aurélio do Lago e Silva,
de 32 anos, o "Bochecha", preso na Chácara Brasil, é suspeito de
participar do crime e teria todo oconhecimento das ações do grupo; José
Raimundo Chaves Júnior, o "Bolinha", de 38 anos, preso no Jardim
Eldorado, suspeito de intermediar as ações do crime; e Airton Martins
Monroe, de 24 anos, suspeito de ter apresentado o executor do crime a
"Bolinha".
Agiotagem
As
investigações sobre o assassinato de Décio Sá levaram a polícia a
descobrir um esquema de agiotagem no Maranhão. No início do mês de
julho, a Secretaria de Segurança criou uma comissão de delegados para
investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão.
O
esquema, descoberto com a apuração do assassinato do jornalista Décio
Sá, pode envolver prefeituras, com base na análise preliminar dos
documentos, cheques e notas de empenho apreendidos em poder de dois dos
principais envolvidos no crime, os empresários Gláucio Alencar, do ramo
de merenda escolar, conveniado a várias prefeituras, e o pai dele, José
de Alencar Miranda, de 72 anos, suspeitos de serem os dois principais
mandantes do assassinato.
O
delegado da Polícia Federal Pedro Meireles ficou conhecido em todo o
Estado pela sua forte atuação no combate ao crime organizado em diversas
prefeituras maranhenses envolvidas com o desvio de verbas públicas,
durante as operações Rapina I e II, deflagradas em 2008.
No
dia 1 de agosto, ele prestou depoimento na Seic, uma vez que foi citado
no depoimento do agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos. No
depoimento, o agiota disse que o policial federal teria enviado uma
mensagem o informando sobre a morte de Décio Sá. Acompanhado do
corregedor da Polícia Federal, Alexandre Macedo da Silva, o delegado da
PF chegou à sede da Seic para depor por volta das 9h30. O depoimento se
estendeu por aproximadamente três horas e, assim que Meireles saiu da
superintendência, ele se recusou a falar com a imprensa.
O crime
De
acordo com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o crime
foi motivado por reportagens publicadas no blog do jornalista. A
quadrilha, que atuava no desvio de verbas de merenda escolar e em crime
de agiotagem, começou a ter prejuízo a partir da publicação de
reportagens no Blog do Décio. Um consórcio formado por empresários
encomendou a execução do jornalista.
O
executor cobrou R$ 100 mil para matar o jornalista, mas teria recebido
apenas R$ 20 mil do valor combinado. Jhonatan Silva, então, voltou a São
Luís para receber o valor restante.
Relembre o caso
O
jornalista Décio Sá foi morto a tiros no dia 23 de abril, em um bar da
avenida Litorânea, com cinco tiros. O motivo do crime foram as denúncias
realizadas pelo jornalista, em seu blog, sobre uma quadrilha de agiotas
que atuava no Maranhão.
Imirante
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