30 outubro, 2011

Cássio diz que se Sarney retardar sua posse no Senado haverá retaliação

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) rebateu as insinuações do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), poderia obstacular sua posse no Senado. “Não acredito por uma razão simples: Como é que você pode imaginar que alguém que não foi eleito possa estar exercendo um mandato?”, disparou Cássio.

Cássio Cunha Lima espera aval de Sarney para assumir vaga no Senado

A respeito de manobras políticas que possam vir a existir no Congresso para procrastinar ainda mais sua posse, Cássio Cunha Lima foi objetivo e explicou que em Brasília o embate a ser enfrentado é político e quanto a isso, ele garantiu que a bancada do PSDB e outras bancadas irão reagir. “Haverá uma reação à altura por parte do PSDB e outros partidos, caso haja algum tipo de manobra para permitir uma sobrevida de um mandato ilegítimo”, pontuou.

Cássio fez questão de lembrar que são quase nove meses que o ex-senador Wilson Santiago (PMDB-PB) exerce um mandato ilegítimo. “A Paraíba não outorgou esse mandato para ele, portanto não creio que ele ainda vá resistir, além do que já resistiu. Não quero crer que Wilson Santiago vá ficar tentando resistir, porque não tem mais para onde ir. A decisão é da Suprema Corte do Brasil”, ponderou. Cássio Cunha Lima assume a vaga do senador Wilson Santiago (PMDB-PB), terceiro mais votado nas eleições de outubro de 2010.

Santiago é o segundo vice-presidente do Senado e com sua saída haverá uma nova eleição para o cargo. Por conta de um acordo entre as bancadas no início da atual legislatura, em fevereiro, a vaga pertence ao PMDB, que deverá indicar o nome a ser votado pelo plenário.

Cunha Lima foi barrado inicialmente pela Lei da Ficha Limpa, que não tem validade para as eleições passadas, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal. Espera também assumir o mandato de senador, o ex-governador do Pará, Jader Barbalho (PMDB), e o ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB). Ambos também tiveram problemas com a Lei da Ficha Limpa. O ex-governador do Tocantins, Gilberto Miranda, não assumirá o mandato porque seu caso difere do de Capiberibe e Barbalho. (Com informações do site PB Agora e do Ucho Haddad).

Sarney também impede posse de Barbalho e Capiberibe

Depois de passar a noite toda entornando todas em casa, a base de muito Whisky Johnnie Walker, o senador eleito Jader Barbalho (PMDB-PA) decidiu ligar, lá por volta da meia noite, já ‘tochado’, para o presidente do Senado, José Sarney. Nem bem este atendeu e Barbalho foi logo soltando o verbo, dando o maior esporro para cima do maranhense. “Pôxa Sarney, você não vai me deixar assumir [no Senado] mesmo? Isso não é justo, por causa do Capiberibe [senador eleito pelo Amapá e adversário político de José Sarney] eu to pagando um pato que não é meu”, disparou. O episódio ocorreu semana retrasada.


Jader foi o segundo candidato mais votado no Pará em 2010, mas teve o registro negado com base na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao cargo para escapar de possível processo de cassação. No entanto, no início deste ano o STF estabeleceu que a Lei da Ficha Limpa não podia ser aplicada nas eleições de 2010. Com base nessa decisão a defesa do ex-senador pede o reconhecimento de seu mandato.

No entanto, Jader ainda não assumiu pelo fato de sua situação ser quase idêntica a do senador eleito João Capiberibe (PSB-AP), adversário histórico de Sarney no Amapá. O socialista concorreu às eleições de 2010 com o registro de candidatura indeferido por conta da Lei da Ficha Limpa, numa armação arquitetada por Sarney que cassou seu mandado em 2004 por suspeita de compra de votos. Como o STF decidiu que as novas regras de inelegibilidade não poderiam valer para o pleito passado, Capiberibe recorreu à mais alta corte do país e, assim como Jader Barbalho, aguarda ser empossado. Dessa forma, Sarney, junto a sua rede de influência no judiciário, segura a posse de Barbalho para não abrir também para Capiberibe.

Depois de passar quase dez minutos esculachando com Sarney, Jader pensou ter caído a ligação. Na verdade era o presidente do Senado, tremendo-se do outro lado da linha, em silêncio sepulcral, ouvindo calado todos os desaforos do paraense. No final, Barbalho fez um desabafo relembrando os “favorzinhos” feitos a Sarney, numa forma indireta de cobrar pelos serviços prestados. Quando resolveu falar Sarney tratou de acalmar o colega, negando os fatos lhe imputados – o que era esperado. Após as esculhambações, Sarney não conseguiu mais dormir.

John Cutrim

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