Neste mês de janeiro, tenho me concentrado na finalização de um
planejamento detalhado para o trabalho da Embratur nos próximos 11 meses. Quero
deixar um plano de voo bem traçado para análise do meu sucessor, a ser
escolhido pela presidenta Dilma nas próximas semanas. Este ano será decisivo
para a continuidade do crescimento da nossa economia do turismo. A Copa do
Mundo será o principal capítulo da trilha de megaeventos que o Brasil vem
seguindo desde que começou a Conferência ONU Rio+20, em 2012.
Nos 31 meses em que estive à frente da Embratur, tive como
objetivo principal aproveitar a audiência mundial voltada a esses eventos para
criar uma forte corrente de interesse em visitar o Brasil. Ajudamos a realizar
a Jornada Mundial da Juventude, da Igreja Católica, e a Conferência Rio+20,
além de termos atuado fortemente em atividades promocionais relativas à Copa
das Confederações.
Quando assumi a Embratur, todos os Escritórios Brasileiros de
Turismo (EBTs) estavam fechados. Após um procedimento altamente complexo,
abrimos 13 representações do turismo brasileiro, alcançando os principais
países emissores de turistas ao Brasil. Agora estamos presentes na Ásia,
Américas e Europa, com executivos capacitados e motivados.
Fortalecendo as parcerias com os estados e com o setor privado,
criamos o "Goal to Brasil", um novo formato de seminário promocional,
que acabou sendo premiado em três categorias do Stevie Awards 2013 – um prêmio internacional concedido na Espanha
às melhores ações promocionais.
Porém, aquele que considero o principal legado da nossa gestão é
a ênfase na articulação entre cultura e turismo. Estamos lançando o Programa
de Promoção das Cidades Históricas, do qual São Luís fará parte. Esse programa
se soma a editais de patrocínio para ações culturais, apoio a festivais de
filmes brasileiros, projeção mundial da nossa gastronomia, shows de música
brasileira, apoio à promoção de festas juninas, divulgação da nossa literatura
e muitas outras iniciativas. Com isso mostramos que o Brasil é muito mais do
que sol e praia, e que somos, de fato, uma civilização original, tropical e
humanista - como dizia o genial Darcy Ribeiro.
Não posso deixar de mencionar o programa Turismo sem Limites, que
propiciou a pessoas com deficiência viverem e difundirem experiências
absolutamente emocionantes, como retratado na reportagem de um jornalista
paraplégico que fez mergulho em Fernando de Noronha.
Fico feliz em saber que essas ações obtiveram resultados e
entregarei o posto a meu sucessor com todos os indicadores do turismo
internacional em melhor situação que os encontrei.
Em dezembro último, ultrapassamos o patamar de 6 milhões de
estrangeiros em nosso país, um marco histórico jamais alcançado antes. Na
última sexta-feira, o Banco Central informou que o volume de dólares deixados
em nosso país por turistas estrangeiros em 2013 também foi o melhor de nossa
história, feito especialmente importante se considerada a desvalorização do
real. Em 2013, com menos dólares os estrangeiros compraram mais reais, e ainda
assim seguimos crescendo em dólares, o que é revelador da pujança do nosso
turismo receptivo internacional.
Em termos de exposição de notícias positivas sobre o Brasil no
exterior, que é uma das missões primordiais da Embratur, também obtivemos
sucesso aferível em números. No período em que estive à frente da autarquia,
conseguimos dobrar o volume de reportagens sobre os nossos destinos turísticos
em veículos estrangeiros, com expressiva presença do Maranhão.
Nas primeiras semanas de fevereiro, passarei a me dedicar
exclusivamente a um novo projeto: ajudar o Maranhão a encontrar um caminho de
desenvolvimento, igualdade e democracia, por intermédio da nossa vitória
eleitoral no dia 5 de outubro.
Desejo que este ano seja fecundo para o turismo brasileiro e que
todas as boas sementes plantadas por empresários, profissionais e servidores
possam brotar. É hora de lutar para que no Maranhão floresçam todos os sonhos e
esperanças plantados por diferentes gerações ao longo das últimas décadas.
FLÁVIO DINO, 45, ex-deputado federal (PC do B-MA) e ex-juiz
federal, é presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo)
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