A
ideia levantada por Flávio Dino de abrir voos dentro do país para empresas
estrangeiras durante a Copa, com o objetivo de baixar preços, foi defendida por
Gleisi em manchete da Folha deste domingo
O
jornal Folha de S. Paulo trouxe sua capa do último domingo
com a manchete “Governo cogita abrir mercado a aéreas do exterior na Copa”. O
título fazia referência a declaração da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, de que, se continuar havendo abusos de preços das passagens aéreas, o
governo federal pode abrir o mercado interno para empresas estrangeiras, ao
menos durante a Copa do Mundo 2014. A declaração da ministra que é a “Dilma de
Dilma” encampa proposta do presidente da Embratur, Flávio Dino.
No
ano passado, Dino propôs a abertura do mercado aéreo como forma de aumentar a
concorrência e baratear preços. À época, a ideia do presidente da Embratur
também foi manchete nos grandes jornais do Brasil. O Globo destacou em sua capa de 15 de
outubro a proposta de Dino.
Em
novembro, Dino voltou a defender a proposta em audiência na Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado Federal. Ele foi convidado pelos senadores
Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ana Amélia (PP-RS), presidente e vice-presidente da
Comissão, para fazer uma apresentação sobre sua proposta de abertura do mercado
de aviação do Brasil.
Na
ocasião, Dino apresentou números que mostram como as passagens no Brasil estão
acima da média de outros mercados importantes, como Estados Unidos e Europa. E
defendeu que seja implantado um regime de Céus Abertos no Brasil, a exemplo da
Europa, permitindo que empresas de outros países atuem em solo nacional,
operando voos domésticos. O presidente da Embratur lembrou que, na Europa, foi
implantada a “liberdade tarifária”, permitindo que a empresa possa cobrar o que
queira, mas em um ambiente de altíssima concorrência.
“No
Brasil, constituímos o pior dos mundos: a liberdade tarifária em um mercado de
baixa concorrência”, afirmou Dino. “Fazendo uma comparação com a vida privada
as empresas gozam do conforto da vida de casado com a liberdade da vida de
solteiro”, afirmou.
Para
exemplificar os efeitos dessa distorção no mercado, Dino apresentou alguns
números levantados pelas Embratur. Uma passagem ida e volta Vitória
(ES)-Salvador(BA) – com distância de 840 km – custa, em média, US$ 257;
enquanto Barcelona (ES) x Porto (PT) – com 902 km de distância – custa, em
média, US$ 53.
Uma
passagem ida e volta Brasília (DF) Curitiba (PR) – com 1.120 km de distância –
custa, em média, US$ 247; enquanto um deslocamento ida e volta Nova
York-Chicago (EUA) – 1147 km de distância – sai por US$ 158. A ida e volta
Paris (FR) x Roma (IT) custa US$ 107 – com 1.106 km. “Aqui, as empresas gozam
de virtual monopólio, mas são livres para praticar preços”, afirmou Dino.
Demanda
futura
O
presidente da Embratur afirmou ainda que a ascensão social de cerca de 40
milhões de pessoas à classe C na última década foi um fator determinante para
aumentar de 30 para 100 milhões o número de passageiros por ano nas empresas
aéreas. E que esse novo quadro social vem mantendo uma forte pressão pela
demanda de serviços aéreos, que tem permitido às empresas cobrarem tarifas mais
elevadas.
“Nossa
avaliação na Embratur é que essa pressão de demanda deve crescer, graças à nova
melhoria de renda que está ocorrendo”, afirmou Dino. Segundo estudo da FGV,
outros 13 milhões de brasileiros estão ingressando na classe C no período
212-14; além de outros 7,7 milhões que estão ingressando nas classes A-B.
“Portanto, se não houver aumento da oferta, a tendência é a alta de preços
continuar sua curva ascendente”, afirmou aos senadores.
O
líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), apoiou a proposta de Dino.
“Temos de ter coragem política para debater a entrada de empresas estrangeiras
no nosso mercado, quebrando alguns dogmas que tínhamos”, defendeu o líder do
governo.
Assessoria de Comunicação
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