Segundo
Polícia Federal, senador maranhense teria recebido R$ 1 milhão em propina para
favorecer empreiteira UTC na obra da usina Angra 3, enquanto era ministro de
Minas e Energia
Para a Polícia Federal, o senador
maranhense Edison Lobão atuou para favorecer a empreiteira UTC nas obras da
usina Angra 3, incidindo em crime de corrupção passiva.
O relatório da PF foi revelado nesta
quarta e levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. Envolve mais
dois senadores do PMDB: Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR). Além deles, os
federais apuraram envolvimento do presidente do Tribunal de Contas da União,
Raimundo Carreiro, e do ministro Aroldo Cedraz, também do TCU, e de seu filho
Thiago.
A PF enviou relatório no começo do mês
passado, assinado pela delegada Graziela Machado da Costa e Silva. O material
já está sob análise da Procuradoria Geral da República (PGR), a quem cabe
decidir se denuncia ou não os suspeitos. Só em caso de denúncia aceita pela
Justiça os investigados viram réus.
O relatório foi assinado pela delegada
Graziela Machado da Costa e Silva. Segundo ela, os políticos aceitaram valores
“pelo simples fato de serem integrantes da cúpula do partido que controlava o
Ministério de Minas e Energia, com influência suficiente para interferir
negativa ou positivamente na contratação ou execução de contratos firmados
naquela seara”. Vale lembrar que Lobão foi ministro de Minas e Energia durante
governo Dilma Rousseff.
“A
solicitação de doação eleitoral feita em 2014 por Romero Jucá Filho e José
Renan Vasconcelos Calheiros, abatida do montante estipulado por Edison Lobão,
como ministro de Minas e Energia e liderança do PMDB em conjunto com os demais,
e Ricardo Pessoa, como representante da empresa líder do consórcio Agramon,
vencedor do processo licitatório para realização de obra de montagem
eletromecânica da Usina de Angra 3, configura as condutas típicas de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro”, diz o relatório.
R$
1 milhão
As investigações conseguiram identificar
a entrega de R$ 1 milhão para o senador Edison Lobão (PMDB-MA) em 2014, em
espécie, como caixa 2 para a campanha eleitoral.
A delegada considerou, no entanto, que
Jucá e Calheiros também são suspeitos de corrupção, por terem solicitado doação
eleitoral oficial à UTC Engenharia, que seria abatida do montante reservado a
Lobão.
Outro
lado
O advogado Antônio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay – que faz a defesa dos senadores Edison Lobão e Romero Jucá –
informou ao site G1 que o relatório da PF é a “prova mais evidente de que
existe hoje uma criminalização da política”.
Para ele, “há um reconhecimento claro e
explícito de que se está simplesmente criminalizando o fato de se fazer parte
da cúpula do PMDB”. Kakay também critica a fundamentação da delegada na peça da
denúncia. “A delegada chega a dizer que não seria necessário apontar a prática
de qualquer ato ilegal ou legal por parte dos senadores”.
E finaliza: “É um escândalo assumir
desta maneira que a política por si só já é suficiente para que qualquer
doação, sem que tenha a necessidade de apontar qualquer ilícito, faça parte de
um esquema de corrupção”.
Com informações do G1
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