A
denúncia divulgada ontem no Jornal Nacional que relata depoimento da
contadora do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na
operação “Lava Jato”, na qual é citada a entrega de propina a
integrantes do governo do Maranhão, teve repercussão na sessão desta
terça-feira (12) na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Marcelo
Tavares (PSB) disse que a Assembleia Legislativa tem o dever de apurar o
caso.
Segundo a contadora
Meire Posa, o doleiro procurou o governo Roseana para oferecer uma
propina de R$ 6 milhões para pagar, antecipadamente, uma dívida com a
construtora Constran no valor de R$ 120 milhões. Depois das negociações,
segundo o Portal da Transparência do governo do Maranhão, já foram
pagos mais de 30 milhões. A informação foi divulgada pelo Jornal
Nacional, da TV Globo.
Entre os citados no
esquema pela contadora, estão a presidente do instituto de previdência
do Maranhão, Maria da Graça Marques Cutrim; a procuradora do estado
Helena Maria Cavalcanti Hackel e o secretário de Governo João Abreu.
De acordo com a
contadora, se o suborno não fosse pago integralmente, as parcelas seriam
suspensas. No dia em que foi preso, Yousseff estava em São Luís
trazendo R$ 1,4 milhão com parte do suborno. Segundo a contadora, o
funcionário do governo do Maranhão que recebeu o dinheiro achou que
“valor era pouco e deveria consultar a Governadora”.
Apuração
Marcelo Tavares
ressaltou que o caso envolvendo denúncias contra figurões do governo
Roseana Sarney deve ser apurada por uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI). “Então, senhores deputados, senhoras deputadas, a
oposição através do seu líder Rubens Júnior, amanhã apresentará um
pedido de CPI, vamos ainda conversar com os outros nobres colegas desta
Casa para saber se vamos conseguir as 14 assinaturas”, afirmou o
parlamentar.
A comissão já está sendo chamada de CPI da Mala Preta.
A base governista
reagiu ao pedido de criação da CPI, e o deputado Roberto Costa (PMDB)
disse que também deveriam ser apurados casos relacionados a governos
comandados pela oposição.
Marcelo Tavares
respondeu ao governista ressaltando que é imprescindível que a
Assembleia Legislativa apure as denuncias feitas em rede nacional.
“Senhores, o deputado Roberto acha que nada merece apuração, que não tem
que apurar nada, que a governadora, segundo a contadora do doleiro, tem
uma propina de seis milhões, que era para ser paga com uma entrada de
300 mil que, segundo a contadora, foi pouco. E o deputado Roberto acha
isso tudo normal, por isso”, comentou Marcelo Tavares.
O outro lado
Em nota distribuída
à imprensa, a Secretaria de Comunicação do governo do Estado informou
que a governadora Roseana Sarney repudiou as declarações contidas na
matéria. “A respeito da referência feita em depoimento à Polícia Federal
da Senhora Meire Poza, sobre a afirmação do Senhor Adarico Negromonte,
pessoa a quem não conheço, só pode receber de minha parte indignação e
repúdio pela maneira desrespeitosa e infame de tal hipótese”, afirmou
Roseana Sarney
“O governo Roseana
Sarney acabou ontem”, diz o deputado Marcelo Tavares ao comentar matéria
divulgada no Jornal Nacional. Ele acrescenta que a partir de amanhã o
deputado líder da oposição, Rubens Júnior, vai dar entrada num
requerimento pedindo a instalação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, já batizada pela imprensa de CPI da Mala Preta.
“A Assembleia Legislativa tem a responsabilidade de dizer ao Maranhão que isso não vai ficar impune”, afirma Marcelo Tavares.
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