30 outubro, 2012

Quebra de paradigmas…


 

A história da disputa política do Maranhão sempre teve de um lado o grupo Sarney, poderosíssimo - com forte estrutura espalhada pelo interior do Maranhão – e do outro a oposição, sempre batendo cabeça sobre quem escolher para enfrentar o candidato sarneysista.

Na história da oposição iniciada por João Castelo (PSDB), Epitácio Cafeteira (PTB), Jackson Lago (PDT) e o antigo PT, a esperança eram os ocasionais rachas no grupo – como ocorreu com Roberto Rocha (PSDB), Clodomir Paz (PDT), e o mais traumático deles, de José Reinaldo (PSB).

Estes rachas animavam a disputa de poder, quase sempre desigual.

Mas, na soma dos interesses pessoais arraigados na história dos líderes partidários , esta oposição acabava rachando em várias partes, contribuindo para a própria derrota.

Este é mais um paradigma que começa a ser quebrado na preparação para as eleições de 2014.
Hoje, é a oposição quem tem projeto próprio, definido por ela mesma,  independentemente do que faça ou deixe de fazer o grupo Sarney.

O que se vê hoje no Maranhão é uma oposição consolidada, unida e com projeto de poder definido – com um candidato a governador já escolhido e que está em campanha desde 2010.

Candidato este fortalecido com o apoio de grandes centros eleitorais, como São Luís, Caixas, Timon e Santa Inês.

Por outro lado, é o grupo Sarney quem ainda bate-cabeça sobre o candidato que enfrentará a oposição.
E, curiosamente, como a oposição do passado, é o grupo hegemônico quem parece esperar um racha oposicionista para poder se viablizar – a exemplo da expectativa em torno de Holanda Júnior (PTC), eleito prefeito em São Luís.

Com o ministro Edison Lobão (PMDB) doente e praticamente fora do páreo, o grupo hoje liderado pela governadora Roseana Sarney (PMDB) tem como melhor opção o chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva.
Mas Roseana também demonstra forte apatia política, desinteressada das questões eleitorais e pouco afeita aos debates partidários.

Luís Fernando batalha sozinho, com grandes avanços e sucesso considerável na reunião de aliados em torno de si. Mas agora já se percebe a desunião, antes característica da oposição, hoje marcar o período pré-eleitoral dos sarneysistas.

São sinais da pré-campanha de 2014, que já começou, embora alguns resistam em não aceitar.
E  a recusa em ver o óbvio também colabora para a quebra de paradigmas…

Marco Deça

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