O maior serial killer brasileiro de que se tem registro, conhecido como Pedrinho Matador, morreu em Mogi das Cruzes, em São Paulo, neste domingo (5). Ele foi encontrado morto na rua, segundo a Polícia Militar, após dois homens passarem de carro por ele e atirarem.
Ele foi baleado por volta das 10h deste domingo em frente à casa de uma irmã. Pedrinho Matador ainda foi atendido pelo Samu, mas morreu no local. Um veículo Gol preto, que estaria envolvido no transporte dos suspeitos, foi localizado. Ainda não está claro qual foi o motivo do crime.
Pedro Rodrigues Filho, 69, passou 42 anos preso, entre idas e vindas da prisão, e estava em liberdade desde 2018. Em entrevistas, ele declarou ter matado “mais de cem pessoas” e, oficialmente, sua ficha tem 71 homicídios.
Em entrevista ao podcast “Flow-Verso”, em 2022, Pedrinho Matador afirmou que assassinou o próprio pai na cadeia, na época em que os dois estavam presos. “Eu só mastiguei [o coração]. Cortei o bico do coração e mastiguei, e joguei em cima do corpo”, descreveu.
Pedrinho Matador mantinha um canal no YouTube e outro no TikTok, sob o nome @pedrinhoexmatador, em que mostrava sua rotina aparentemente pacata. Em seu último registro no TikTok, publicado nesse sábado (4), ele aparece jogando sinuca com os amigos.
Quem era Pedrinho Matador
Nascido em Santa Rita do Sapucai, no Sul de Minas, Pedrinho Matador cometeu a primeira tentativa de assassinato aos 13 anos, quando brigou com um primo e o empurrou para uma moedora de cana. Aos 14, matou o vice-prefeito de sua cidade, que havia acusado seu pai de furtar merenda escolar. Fontes divergem, porém, e algumas dizem que o crime foi contra o gestor de Alfenas.
Pedrinho acusou o pai de ter matado a mãe e assassinou o homem na prisão. Ele dizia que matava somente pessoas que considerava ruins.
Especialista em criminologia e autora do livro “Serial Killers: Made in Brazil”, Ilana Casoy afirma que Pedrinho não é um justiceiro, mas um vingador, por matar aqueles que ele considera como o que há de pior na sociedade.
“Quando alguém desobedece o código de ética dele, ele tem soluções muito próprias e que não seguem a lei. Acaba exercendo fascínio nas pessoas. É reflexo de uma sociedade que a gente tem, de um país onde só 10% dos homicídios são resolvidos ”, diz Ilana.
“O problema é que as vítimas de Pedrinho não tiveram direito a um advogado, como ele teve”, completa. A criminóloga entrevistou Pedrinho e diz que o que mais chamou sua atenção foi a alegria, desenvoltura e inteligência dele. “Muito claro e direto. Não se esconde atrás de nenhuma fala imprecisa. Apesar dos crimes, existe uma pessoa, que é o Pedro”.
O Tempo
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