23 março, 2023

Alckmin, ex-secretários e deputados federais também eram alvos de plano do PCC para assassinar autoridades

Libertação de Marcola e vingança contra desafetos são prioridades da facção criminosa

Geraldo Alckmin – Foto: Adriano Machado

Por Yurick Luz/DCM

O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, já jurou matar o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ex-secretário da Administração Penitenciária Lourival Gomes, o deputado federal Coronel Telhada (PL-SP), o diretor de presídios Roberto Medina e o promotor de Justiça, Lincoln Gakiya.

Além de policiais e agentes prisionais, o PCC ainda pretendia atacar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e os dois filhos do casal. Eles aparecem na lista de “decretados”, jurados de morte, do grupo.

Na última quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Sequaz, que investiga a facção criminosa por planejar ataques contra servidores públicos e autoridades.

Em 8 de dezembro de 2018, a polícia prendeu Maria Elaine de Oliveira e Alessandra Cristina Vieira, que iam visitar os presos Julio Cesar Figueira e Mauro Cesar dos Santos Silva, ambos detidos no Raio 1 da Penitenciária 2 (P2), de Presidente Venceslau, em São Paulo, o mesmo onde estava Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Com as duas, a polícia encontrou mensagens codificadas, que posteriormente foram decifradas. Os textos relatavam os preparativos do PCC para matar Gakiya. Promotores também obtiveram informações sobre planos para matar Lourival Gomes, então secretário da Administração Penitenciária, e o hoje deputado federal Coronel Telhada, na época parlamentar estadual.

Carta apreendida com visitante da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo, escrita em código Foto: Reprodução

Gakiya obteve provas de que a facção queria matar Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo. Interceptações telefônicas mostraram que, pelo menos desde 2011, o grupo criminoso planeja matar o governador.

Em uma das conversas interceptadas, um dos líderes do PCC, o preso Luís Henrique Fernandes, o LH, conversava com dois outros integrantes da facção. Na ocasião, ele questionou os comparsas sobre o que deveriam fazer contra Alckmin, de acordo com Marcelo Godoy, do Estadão.

“Depois que esse governador (Alckmin) entrou aí o bagulho ficou doido mesmo. Você sabe de tudo o que aconteceu, cara, na época que ‘nois’ decretou ele (governador), então, hoje em dia, secretário de Segurança Pública, secretário de Administração, comandante dos vermes (PM), estão todos contra ‘nois’”, disse.

A ordem de matar o governador também foi novamente mencionada por membros do PCC em escutas de 2013. Em razão de diversas tentativas frustradas de resgatar Marcola, surgiu como outra prioridade da facção realizar os ataques contra autoridades.

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