De um lado os "favoráveis necessários" à
realização da Copa contra os "contrários inconscientes". Os primeiros
são assim denominados, na sua grande maioria, por serem servidores federais
ocupantes de cargos comissionados, que correm risco de exoneração se forem
contrários, uma vez que suas indicações são meramente por apadrinhamento
político, sem nenhum outro requisito de meritocracia. Os "adversários
inconscientes" são partidários ideológicos, incapazes de reconhecer
qualquer mérito em algum governo ou em alguém que não seja da sua agremiação
partidária. As posições de ambos são tão confiáveis quanto as de torcedores
fanáticos de clubes.
Quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do
Mundo de futebol, o governo federal se gabou de ter conseguido o que todos os
outros nunca haviam conseguido. Uma verdade em termos, pois o Brasil não o fez
em 1986 devido ao governo brasileiro ter entendido mais salutar não realizá-la,
alegando dificuldades financeiras.
Não dá para se concluir se essa decisão fora
acertada ou não. O certo é que o país se tornou sede da atual Copa e, como em
todo evento de grande dimensão, aparecem os contrários e os favoráveis. Nada de
errado até aqui, se ambos não ligassem suas posições ao governo de plantão e,
por consequência, aos partidos.
Os "favoráveis necessários" tornaram o
"sucesso" da realização do evento, até o momento, na oitava maravilha
do mundo. Trata-se de uma percepção equivocada, por não discutir as questões de
fundo dos "contrários conscientes", que se opõem por entender que o
dinheiro gasto seria mais bem utilizado em outras áreas sociais, não
mencionadas para evitar o desgaste com tanta repetição.
As críticas dos "favoráveis necessários"
atingem somente aos "contrários inconscientes", que torciam apenas
para que o evento não desse certo por razões de interesse eleitoral. Temiam,
com razão sob a ótica defendida, que o sucesso da Copa se transformasse em
reeleição do governo federal.
Mas isso é de uma obviedade ululante. Se o caos
tiraria voto, como desejariam os "contrários inconscientes",
naturalmente, o acerto traria voto, o que assumem os "favoráveis
necessários".
Além da questão de prioridade, os críticos
moderados se opunham aos gastos excessivos, aos preços abusivos dos ingressos,
à soberania absoluta da FIFA, fazendo prevalecer suas regras sobre a soberania
nacional, inclusive. Também querem serviços públicos de qualidade não apenas
durante a Copa. São pontos que devem ser defendidos por todo cidadão de bom
senso, de dentro ou de oposição ao governo.
Os "do contra por ser do contra" precisam
se conscientizar que se são eles que defendem a perda da Copa para tirar voto,
deveriam entender a regra da proporcionalidade contrária. Se tudo der certo, e
como teve a participação do governo, esse governo terá voto.
Agora, é preciso subir o nível do debate. Segundo
os especialistas pró-governo, o Partido dos Trabalhadores e o próprio Lula, na
Arena Corinthians, foi a elite branca quem mandou a presidente tomar no cu. Ao
menos precisam assumir quem foi que realizou uma Copa que só tem espaço para
essa "elite".
Obs: Escrevi “tomar no cu” como ouvi na televisão.
Sou contra a omissão de termos, por mais duros e aparentemente indelicados.
Deixar subentendido, como a maioria faz, é fugir do papel de informar com
precisão. Fica parecendo novelas da TV Globo, nas quais os casais tiram a
roupa, ouvem-se os sussurros no balanço dos lençóis, aparecem suados e com
partes insinuando nudez total, mas são cenas não recomendadas apenas para
menores de 12 anos, por não serem consideradas cenas de sexo explícito.
Respeito a posição de quem não quiser publicar, mas se o fizer, gostaria que
fosse como escrevi.
Pedro Cardoso da Costa
Bacharel em direito
"NÃO
HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
Pedro Cardoso da Costa é colaborador do blog Barradocordanews.com
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