Existem vários sinais de que o Maranhão se avizinha do início de um
novo ciclo político. O nosso Estado está olhando para frente, com olhar
de esperança e acreditando que é chegada a hora da virada de página na
história. Muitos acontecimentos somam para que se perceba que esse
momento está próximo. O anúncio da saída do senador José Sarney
(PMDB-AP) da vida pública é um deles, talvez o mais significativo dentre
todos.
Como deputado, governador, senador e presidente da República, José
Sarney vem disputando eleições ao longo de seis décadas, tendo apoiado
todos os governos desde Juscelino Kubitschek, nos anos 50 do século
passado.
No Maranhão, infelizmente, esse período de domínio resultou em
índices sociais trágicos, nos quais o nosso Estado disputa as últimas
colocações em desenvolvimento humano, de acordo com sucessivas pesquisas
de PNUD, Ipea, IBGE entre outros. Esses dados não são apenas números
frios, mas o resumo de vidas maranhenses que se perdem ou são marcadas
por imensos sacrifícios.
No Estado, ainda se vive sob um regime político que tem raízes na
ditadura militar, quando a concentração de poder e renda aumentou as
desigualdades em todo o país. A partir da redemocratização, cada Estado
respirou, a seu tempo e modo, os ares da liberdade política e do
desenvolvimento social. Lucrando com a manutenção do poder para poucos, o
grupo do senador José Sarney optou pela continuidade de um modelo de
exclusão.
A perda de apoio popular e o crescimento do sentimento de virada de
página no Maranhão e no Amapá contribuíram decisivamente para que tanto
José Sarney quanto Roseana Sarney deixassem a disputa por mandatos.
Basta consultar os números da última pesquisa Amostragem, que sondou o
cenário político do Maranhão. Nesta, 79,31% dos entrevistados
responderam que o melhor para o futuro do Estado seria a renovação e a
mudança, enquanto 13,54% disseram que a melhor opção seria a
continuidade do grupo Sarney (registrada na Justiça Eleitoral sob
protocolo MA-00012/2014).
Para além de representarem um quadro eleitoral, as pesquisas
apresentam, na verdade, um quadro social que vem sendo gestado ao longo
dos últimos anos. Homens e mulheres, trabalhadores e empresários, idosos
e jovens demonstram cotidianamente querer a renovação das práticas
políticas no Estado.
Com foco na expressão das ruas e das pesquisas é que estamos reunindo
forças de todo o Maranhão e do país em nome da alternância de poder.
Superar esse modelo que se mostra desgastado e rejeitado pela
população significa possibilitar que o Maranhão tenha um novo projeto de
desenvolvimento, que priorize melhorar a vida dos 7 milhões de
maranhenses, e não apenas de um pequeno número de famílias protegidas
pelo poder oligárquico.
O primeiro passo é colocar fim ao patrimonialismo instalado nos
diversos níveis da administração pública, fazendo florescer a liberdade,
a transparência e a pluralidade política.
São mudanças na política que apresentam reflexos diretos no
desenvolvimento do Estado. Afinal, combater o patrimonialismo implica
também estabelecer práticas favoráveis a um ambiente institucional em
que mais empresas possam atuar em regime de liberdade concorrencial.
Isto é, consideramos essencial terminar com o regime de compadrio e
de corrupção que hoje marca a relação entre as esferas pública e privada
no Estado.
Foi com base nessas ideias que tecemos uma ampla aliança na qual
partidos que no plano nacional apoiam candidaturas presidenciais
diferentes, mas no plano estadual estão unidos. Lutamos para que o fim
do longo ciclo de mandatos exercidos pelo senador Sarney seja o início
de uma etapa histórica em que o Maranhão produza riquezas e gere
oportunidade a todos.
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