13 julho, 2012

Diesel fica 4% mais caro a partir da próxima segunda-feira



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A Petrobras anunciou reajuste de 6% no preço do diesel nas refinarias na noite desta quinta-feira, o segundo aumento em menos de um mês. Segundo a companhia, a elevação vale a partir de segunda-feira, dia 16, e o impacto final ao consumidor, na bomba de combustível, será de 4%.

A estatal disse, em nota, que o aumento foi definido "levando em consideração a política de preços da companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo". O aumento acontece em um momento em que o preço do petróleo tem registrado queda diante do enfraquecimento da demanda global.

Mais cedo, estudo do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) mostrou que a defasagem de preço do diesel vendido pela Petrobras em relação às refinarias dos EUA chegava a 23%, mesmo após o reajuste anunciado no mês passado. No caso da gasolina, a defasagem é de 14,7%.
Os dados foram calculados com base na cotação do petróleo e do câmbio de hoje. "A defasagem do diesel é o grande problema da Petrobras, maior mesmo que o problema da gasolina", disse o diretor do CBIE, Adriano Pires. "A economia do Brasil é movida a diesel."

Importância do diesel
O combustível é o produto com maior participação no faturamento da Petrobras: cerca de 27% da receita total da estatal, segundo a corretora Planner. Para atender à crescente demanda interna por combustíveis, a companhia importa combustível pelas cotações internacionais e revende a preços mais baixos no país.

De acordo com a corretora, o prejuízo com a defasagem de preços é de R$ 17,4 bilhões por ano. "Estimamos ainda que esta perda de receita tenha um impacto de R$ 2,4 bilhões no lucro líquido/ano da companhia", disse a Planner em relatório.

ETANOL
Outra opção para aliviar a Petrobras seria o aumento da mistura do etanol na gasolina, dos atuais 20% para 25%, estratégia ameaçada pelo fraco desempenho do setor sucroalcooleiro no ano. Lucas Brendler, analista da corretora Geração Futura, diz que o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina para 25% aliviaria o caixa da Petrobras. "As contas com importação de gasolina são o maior impacto na lucratividade da empresa. Uma redução de 5% nessas importações aliviariam."

Na segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a mistura do etanol na gasolina poderá subir se a produção de cana-de-açúcar aumentar o suficiente para tanto. Mas dados sobre o setor sucroalcooleiro divulgados pela Unica nesta quinta-feira mostram que há um atraso na moagem de cana neste ano devido às chuvas, o que provocou até o final de junho uma queda de 28% na safra 2012/2013 frente ao ano anterior.

Reajuste Anterior
Em 25 de junho, a gasolina foi elevada em 7,83% nas refinarias e o diesel, em 3,94%. Para evitar o impacto para o consumidor e não elevar a inflação, o governo decidiu, ao mesmo tempo, zerar a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre todos derivados de petróleo.

Na época, o ajuste do diesel foi considerado baixo pelo mercado, que já previa a necessidade de uma ajuste adicional ao longo do ano. Com a Cide zerada, desta vez o governo federal não pôde adotar novamente a medida e o combustível ficará mais caro aos consumidores.

Defasagem
A defasagem de preço do diesel vendido pela Petrobras chega a 23% em relação à cotação do produto nas refinarias do Golfo dos EUA, mesmo após o reajuste anunciado no mês passado. No caso da gasolina, a defasagem é de 14,7%, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), calculados com base na cotação do petróleo e do câmbio desta quinta-feira.

Os valores dos combustíveis nos EUA são reajustados semanalmente de acordo com a variação do petróleo, o que mostra que a paridade com os valores internacionais perseguida pela Petrobras ainda é uma meta distante.
O Imparcial

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