Aos 83 anos, após longo período vivendo no Equador e passagem pelo Uruguai, ex-jogador da dupla Gre-Nal vai morar no Retiro dos Artistas
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As glórias de Manga fazem parte do passado. Homenageado com o decreto do Dia do Goleiro em seu aniversário, comemorado neste domingo (26), Haílton Corrêa de Arruda chega aos 83 anos de idade dependendo do auxílio de torcedores dos clubes por onde passou e de fãs do futebol. Nos próximos dias, ele se mudará para uma casa no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.
— Me "regalaram uma casita" e me deram uma oportunidade de viver o resto da minha vida com minha esposa Cecília. O que peço aos clubes que joguei é uma ajuda econômica. Não milionária, mas apenas para viver tranquilo no Rio de Janeiro, comprar remédios e comida — contou o próprio Manga, com seu tradicional portunhol, em entrevista à GaúchaZH.
O portunhol ainda é oriundo de sua
passagem pelo Uruguai, e foi reforçado pelo período em que viveu no
Equador, depois de se aposentar do futebol. Porém, de uns tempos para
cá, teve de refazer os passos de sua carreira. Acometido de uma
inflamação na próstata que o trazia dificuldades até mesmo para andar, o
ex-goleiro foi acolhido pelo Nacional-URU e, em Montevidéu, realizou
uma cirurgia.
— Fiquei quatro
meses no Uruguai. Primeiro, em tratamento e exames médicos. Depois, me
operei. Foi uma operação de 45 minutos. Os médicos eram torcedores do
Nacional e se portaram muito bem com o Manga. Sempre fui uma figura
muito querida pelos clubes que me contratavam — disse ele.
Recuperado,
mas um pouco debilitado e frágil, voltou ao Equador com a esposa até
ser encontrado pelo jornalista Marcelo Gomes, da ESPN. A ideia era
levá-lo para assistir a um jogo do Botafogo, mas o ex-goleiro se
emocionou e revelou que gostaria de morar de novamente no Brasil.
—
Não se pode mais entrar no Equador porque o negócio lá está muito feio.
Não há avião para viajar. Então, decidi ficar no Rio de Janeiro. Espero
que a situação melhore — comentou, referindo-se aos inúmeros casos de
mortes que tornam o Equador um dos países mais afetados pela pandemia no
continente americano.
Contatos
feitos, o ator Stepan Nercessian, botafoguense roxo e presidente do
Retiro dos Artistas, permitiu que Manga fosse o primeiro ex-jogador
acolhido pela casa que, atualmente, abriga 47 pessoas. Desde então, ele
aguarda que reformas sejam feitas no local, hospedado em um hotel, em
São Paulo, com despesas totalmente custeadas. Além disso, está de
quarentena para dar sequência à sua peregrinação.
—
Fiquei muito tempo parado, ainda mais operado. Só peço uma oportunidade
para eu viver o resto de minha vida tranquilo — completa o homenageado.
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Agencia RBS / Agencia RBS |
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