26 abril, 2020

Homenageado no Dia do Goleiro, Manga desabafa: "Só peço uma oportunidade para viver o resto de minha vida tranquilo"

Aos 83 anos, após longo período vivendo no Equador e passagem pelo Uruguai, ex-jogador da dupla Gre-Nal vai morar no Retiro dos Artistas


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Manga está vivendo em um hotel em São Paulo até que possa seguir para o Retiro dos Artistas


As glórias de Manga fazem parte do passado. Homenageado com o decreto do Dia do Goleiro em seu aniversário, comemorado neste domingo (26), Haílton Corrêa de Arruda chega aos 83 anos de idade dependendo do auxílio de torcedores dos clubes por onde passou e de fãs do futebol. Nos próximos dias, ele se mudará para uma casa no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.


— Me "regalaram uma casita" e me deram uma oportunidade de viver o resto da minha vida com minha esposa Cecília. O que peço aos clubes que joguei é uma ajuda econômica. Não milionária, mas apenas para viver tranquilo no Rio de Janeiro, comprar remédios e comida — contou o próprio Manga, com seu tradicional portunhol, em entrevista à GaúchaZH.


O portunhol ainda é oriundo de sua passagem pelo Uruguai, e foi reforçado pelo período em que viveu no Equador, depois de se aposentar do futebol. Porém, de uns tempos para cá, teve de refazer os passos de sua carreira. Acometido de uma inflamação na próstata que o trazia dificuldades até mesmo para andar, o ex-goleiro foi acolhido pelo Nacional-URU e, em Montevidéu, realizou uma cirurgia.

— Fiquei quatro meses no Uruguai. Primeiro, em tratamento e exames médicos. Depois, me operei. Foi uma operação de 45 minutos. Os médicos eram torcedores do Nacional e se portaram muito bem com o Manga. Sempre fui uma figura muito querida pelos clubes que me contratavam — disse ele.

Recuperado, mas um pouco debilitado e frágil, voltou ao Equador com a esposa até ser encontrado pelo jornalista Marcelo Gomes, da ESPN. A ideia era levá-lo para assistir a um jogo do Botafogo, mas o ex-goleiro se emocionou e revelou que gostaria de morar de novamente no Brasil. 

— Não se pode mais entrar no Equador porque o negócio lá está muito feio. Não há avião para viajar. Então, decidi ficar no Rio de Janeiro. Espero que a situação melhore — comentou, referindo-se aos inúmeros casos de mortes que tornam o Equador um dos países mais afetados pela pandemia no continente americano.

Contatos feitos, o ator Stepan Nercessian, botafoguense roxo e presidente do Retiro dos Artistas, permitiu que Manga fosse o primeiro ex-jogador acolhido pela casa que, atualmente, abriga 47 pessoas. Desde então, ele aguarda que reformas sejam feitas no local, hospedado em um hotel, em São Paulo, com despesas totalmente custeadas. Além disso, está de quarentena para dar sequência à sua peregrinação.

— Fiquei muito tempo parado, ainda mais operado. Só peço uma oportunidade para eu viver o resto de minha vida tranquilo — completa o homenageado.

Agencia RBS / Agencia RBS
Manga fez história com a camisa colorada na década de 1970.

Gauchazh

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