Rainmndo Guajajara morreu durante ataque a índios em Jenipapo dos Vieiras |
Polícia Civil disse que repassou as informações do caso para a equipe
da Polícia Federal que está em Barra do Corda desde sábado; até o
momento ninguém foi preso.
A Polícia Civil do Maranhão começou a repassar para a Polícia Federal
o material levantado no local do atentado a índios da etnia Guajajara.
No ataque, dois caciques morreram e outros dois índios ficaram feridos.
Segundo o superintendente de Polícia Civil do Interior (SPCI), Guilherme
Campelo, uma equipe da PF já está em Barra do Corda trabalhando no
caso.
“Realizamos os primeiros levantamentos e requisição de perícia, bem
como apreensão de uma motocicleta, que estava em um dos locais de crime
com um projétil alojado nela e foi recolhida para perícia. Produzimos um
relatório e repassamos à PF, que já chegou em Barra do Corda com uma
equipe”, disse Guilherme Campelo.
Por meio de nota, a Polícia Federal confirmou que uma equipe foi
deslocada para o local ainda no sábado e que “um inquérito policial foi
instaurado para apurar os crimes e suas circunstâncias”.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais minutos depois do ataque, o
indígena Nelsi Guajajara contou que foi surpreendido por um veículo de
cor branca que disparou diversas vezes contra a motocicleta onde ele e
Firmino Guajajara estavam.
Antes de a Polícia Federal chegar ao local, as polícias Civil e
Militar fizeram buscas pela área e regiões próximas, mas até o momento
ninguém foi preso. A ação criminosa terminou com a morte dos caciques
Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara. Outros dois
índios ficaram feridos, entre eles Nelsi Guajajara.
Segundo Guaraci Mendes, coordenador da Fundação Nacional do Índio em
Imperatriz (Funai), o crime pode ter relação com os constantes assaltos
registrados no trecho da BR-226.
“Pessoas mal intencionadas se aproveitam da má preservação da BR
dentro do território (indígena) para cometer ilícitos. Aproveitam também
a falta de policiamento. Então isso (assaltos) acaba se associando à
imagem dos indígenas, e por conta disso eles (índios) vinham recebendo
ameaças”, disse Guaraci Mendes.
Segundo a Funai, os índios foram atacados logo depois de saírem da
aldeia Coquinho, onde lideranças de várias aldeias da região
participavam de uma reunião com representantes da Eletronorte, para
tratar da compensação aos índios pela passagem do linhão de energia
elétrica dentro das terras indígenas.
Do G1 MA
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