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 Comissão de Saúde da Assembleia realizou, na tarde desta quarta-feira 
(24), no auditório Fernando Falcão, audiência pública com os Agentes 
Comunitários de Saúde (ACS’s) e Agentes Comunitários de Endemias 
(ACE’s). A pauta de discussão foi a questão da contrapartida do Governo 
do Estado para o pagamento do piso salarial dos mais de 17 mil ACS’s e 
ACE’s existentes no Estado do Maranhão. 
Coordenada pelo presidente da Comissão de Saúde, deputado Antonio 
Pereira (DEM), a audiência contou com a participação da Federação 
Maranhense dos Agentes Comunitários de Saúde do Estado do Maranhão 
(FMACS), que colocou na plenária mais de 400 ACS’s e ACE’s das 18 
regionais existentes no estado, e da Força Sindical. Os deputados 
Vinicius Louro (PR), Levy Pontes (PC do B), líder do Governo, Valéria 
Macedo (PDT) e o assessor técnico da secretaria de Estado da Saúde 
(SES), Rogério Gregório, também participaram.
POSICIONAMENTO OS DEPUTADOS
Em sua fala de abertura, Antonio Pereira esclareceu a importância da 
audiência pública e justificou a ausência do secretário de Estado da 
Saúde, Carlos Lula, que se encontrava em Santa Inês a frente dos 
preparativos para a inauguração do Hospital Regional daquele município, 
que acontece amanhã (25). “Mas o secretário Carlos Lula me disse que o 
seu representante na audiência traz uma proposta do Governo do Estado 
para ser debatida por todos nós. Estamos aqui para cumprir nossa função 
de mediadores do debate”, revelou.
O deputado Vinicius Louro disse que os ACSs e ACESs formam uma 
categoria de trabalhadores das mais importante no Estado do Maranhão 
pelas atividades que desenvolvem. “Vocês são padre, médico, psicólogo, 
assistente social, enfim, tudo em razão do valoroso trabalho que 
realizam junto à população. Vocês, realmente, é quem escuta a população.
 E vocês precisam da ajuda dos deputados para terem o reconhecimento que
 são merecedores. Vocês precisam ser valorizados. Contem com o nosso 
apoio”, defendeu.
Valéria Macedo fez uma retrospectiva da luta da categoria pela 
conquista da contrapartida do Governo do Estado ao pagamento do piso 
salarial dos ACSs e ACEs e destacou o poder de união e organização 
desses profissionais da saúde. “Reconheço a força de união e organização
 de vocês e os parabenizo por isso. Realmente é uma categoria 
profissional que já obteve muitas conquistas, graças a perseverança, 
união e foco que vocês têm, e não tenho dúvidas de que conseguiram mais 
uma, que é a contrapartida do Governo do Estado”, assinalou.
Em suas considerações iniciais, o deputado Levy Pontes afirmou que é 
nítida a inversão de paradigma da gestão da Saúde do governo Flávio Dino
 comparado com a do governo anterior. “Espero que esse debate seja 
proveitoso e que possamos avançar na melhoria da política pública de 
Saúde do Maranhão”, assinalou.
PROPOSTA DA CATEGORIA
O presidente da (FMACS), Raimundo Barbosa Lima, revelou que desde 
janeiro de 2013 que a categoria vem dialogando com o Governo do Estado e
 não consegue tornar realidade o compromisso assumido pelo governador 
Flávio Dino (PC do B) quando de sua campanha eleitoral. “O então 
candidato Flavio Dino disse a essa categoria profissional, que fez sua 
campanha de governador, que iria implantar a contrapartida do Governo do
 Estado no pagamento dos salários dos ACSs e ACEs. Consta, inclusive, no
 seu Plano de Governo. E até hoje nada. Estamos insatisfeitos. Exigimos 
uma resposta do governador. É para isso que, hoje, estamos aqui”, 
esclareceu.
“No último encontro que tivemos, em julho de 2015, num seminário, na 
UFMA, o governador nos apresentou uma proposta de co-financiamento. E, 
até hoje, nada de concretização. Não aceitamos mais a proposta do 
co-financiamento. Trouxemos a nossa proposta de contrapartida já que a 
do Governo do Estado nunca saiu do papel. Vamos protocolar e apresentar,
 agora, a nossa proposta junto à Comissão de Saúde da Assembleia”, 
afirmou Marleide Nascimento, secretária da FMACS.
A proposta de Projeto de Lei apresentada pela FMACS cria o Incentivo 
Financeiro Estadual ao Programa Agentes Comunitários de Saúde, no valor 
correspondente a 30% do valor do piso salarial nacional dos ACSs, que é 
de R$ 1.014,00, de acordo com a Lei Nº 12.994/2014, por cada ACS.  Esse 
valor será repassado, mensalmente, do Fundo Estadual de Saúde 
diretamente aos Fundos Municipais, com base na quantidade de ACS 
cadastrado no Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) do 
Ministério da Saúde.
DEBATE
Representantes de sete regionais dos ACS manifestaram sua 
insatisfação e cobraram uma posição do Governo do Estado. “Queremos a 
efetivação da contrapartida prometida pelo governador”, afirmo Antonia 
Maria Pereira da Costa, da Regional de Barra do Corda. “Não estou 
contente. É falta de consideração. Já fizemos sete marchas. São 08 anos 
de espera. Só somos importantes na hora de votar e de melhorar os 
indicadores de saúde. Merecemos respeito”, desabafou Flor de Liz, da 
Regional de São Luís.
Paulo da Silva Carvalho, da Regional de São Luís e ex-presidente da 
FMACS, defendeu a representação dos ACS na composição do Conselho 
Estadual de Saúde e a valorização da categoria. “Nós é damos a nossa 
cara a tapa quando faltam médicos e remédios nos Postos de Saúde. Somos 
verdadeiros agentes de transformação social”, ressaltou.
“É preciso reativarmos a Frente Parlamentar em Defesa dos ACss e ACEs
 na Assembleia Legislativa”, defendeu Clenalton, da Regional de 
Presidente Dutra.
POSIÇÃO DO GOVERNO
O deputado Levy Pontes, na qualidade de líder do Governo, fez 
ponderações quanto ao compromisso do governador Flávio Dino em melhorar a
 Saúde do Maranhão e aos efeitos da crise econômica nos cofres do 
Governo do Estado. “Nos últimos anos, o Maranhão teve uma perda de mais 
de R$ um bilhão e trezentos milhões. Mais estamos com a nossa folha de 
pagamento em dia, o que não acontece, hoje, com 14 estados da Federação.
 De modo que faremos o que foi prometido. Vamos analisar a proposta da 
FMACS considerando todas essas variáveis”, argumentou.
Rogério Gregório propôs uma reunião com uma Comissão dos ACSs e ACESs
 para construir uma proposta de contrapartida adequada às condições 
orçamentárias e financeiras do Governo do Estado. “Estamos abertos ao 
diálogo. Queremos e podemos construir juntos uma proposta. Entendo que é
 melhor uma proposta ruim do que uma briga, que resulta sempre em nada”,
 enfatizou.
ENCAMINHAMENTOS
A audiência deliberou os seguintes encaminhamentos:  a) Audiência com
 o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, dia 15/09, às 15h, na 
Sala da Comissão de Saúde; b) Tramitação da proposta do Projeto de Lei 
apresentado pela FMCAS; c) Implantação da Frente Parlamentar em Defesa 
dos ACS’s e ACE’s; d) Discutir a inclusão da representação dos ACS’s no 
Conselho Estadual de Saúde.