Jardineiro Luciano da Silva Torres, 27 anos, recebeu uma notificação para retirar as benfeitorias, pois não tinha autorização da Administração Regional
Jardineiro
e estudante de biologia, Luciano decidiu usar os conhecimentos para
plantar diversas espécies em frente à sua casa: apoio da vizinhança
Há
quase um ano, a realidade de quem mora no conjunto F da QI 10 do Guará
se transformou. Antes, a área livre do local abrigava um matagal, umas
poucas árvores e um depósito de lixo. Porém, a iniciativa de um morador
da região tornou o espaço mais verde e agradável. Por lá, foram
plantadas árvores, que dão acerola, limão, carambola, entre outros
frutos. O jardineiro Luciano da Silva Torres, 27 anos, responsável pela
iniciativa, porém, acabou surpreendido com uma notificação da
Administração Regional do Guará. Como não havia comunicado a
Administração Regional sobre as benfeitorias, teria de tirar a plantação
em um prazo de 36 horas, sob pena de pagar multa. A justificativa do
Governo do Distrito Federal, que até vê ações como as de Luciano com
bons olhos, é que antes de qualquer intervenção é necessária a
autorização das autoridades locais.
Aluno do terceiro período de biologia, Luciano aproveitou os conhecimentos adquiridos e a experiência da profissão para melhorar a cara da região. As primeiras mudas foram plantadas em fevereiro deste ano. Primeiro, começou pelo campo ocupado por entulhos. Recentemente, fez uma horta comunitária, bem em frente à casa dele. Mas ao receber a notificação, na semana passada, quase tudo foi destruído. “O papel pedia para retirar as plantas, e, caso não fosse feito, eu poderia ser multado”, detalhou. O documento teria sido entregue por um servidor, porém o órgão não efetivou o documento, uma vez que não estava assinado pelo administrador local.
No espaço em que, há 10 anos, abrigou um campo de
futebol, hoje existem várias árvores, inclusive plantas medicinais,
cultivadas pelo jardineiro. “De certa maneira, quis tornar aqui um local
melhor e também passar para as pessoas que não devemos deixar tudo nas
mãos dos governantes, que podemos fazer algo para o nosso bem-estar”,
detalhou. No cuidado diário da área, Luciano, além de plantar as
espécies, pulveriza e rega as plantas. “O verde aqui antes era perdido.
Faço isso porque gosto. Inclusive, alguns vizinhos têm ajudado bastante.
Agora, estou em busca de mais apoio para manter o local. São vários
gastos com produtos.”
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