24 dezembro, 2016

MENSAGEM DE NATAL – ANNO DOMINUS 2017

Por: Luiz Carlos Rodrigues da Silva

Prezados e prezadas! Unindo nossas vozes à voz firme de Santo Agostinho, digamos jubilosos: “Celebremos com alegria a vinda de nossa salvação e redenção! Celebremos este dia de Festa em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este nosso dia temporal tão breve!” As festividades do SANTO NATAL se aproximam, trazendo para todos e todas a renovação da vida, na justiça e na paz! O Natal é capaz de suscitar miscelâneas de sentimentos. Somos partícipes de uma sociedade marcada pelo egoísmo, pelo preconceito, pelo individualismo, pela intolerância, pelo exacerbado materialismo. Todos e todas, em maior ou menor grau, somos contaminados por “estranhas" sensações alternadas de igualdade, solidariedade, amizade, simplicidade. A nossa cidade, o nosso Estado, o nosso Brasil e o mundo têm vivido momentos difíceis e delicados no que concerne à justiça, à política, à educação, a novos paradigmas sociológicos, filosóficos e éticos, aos valores, desamor veiculado nos jornais e na TV, aos direitos humanos e à paz... só conseguiremos erradicar o ódio, a violência, a corrupção, a prepotência e as demais ramificações do mal, através D’Aquele que é a nossa PAZ: CRISTO! Redentor do homem. O verbo é verdadeiramente a inteligência de Deus que, ao entrar no mundo, se manifestou como o servo de Deus. O nosso mundo pós-moderno ou líquido está necessitando, com urgência, de uma revitalização dos valores fundamentais da pessoa humana! De uma ousadia que seja capaz de reinventar a humanidade! Jesus Cristo se revestiu de nossa roupagem humana, para testemunhar concretamente o significado da solidariedade, da igualdade, da humildade e da simplicidade de vida, exigências básicas para um viver comunitário na fé e na esperança. A glória do homem é Deus; mas o receptáculo das obras de Deus e de toda a sua sabedoria e poder é o homem! Nos recorda Santo Irineu. Quantos acontecimentos dramáticos, embebidos de violências, tensões e conflitos, neste ano em curso que teima em não terminar, subestimaram os valores da pessoa humana, diminuindo a sua dignidade e obstaculizando o seu desenvolvimento na trajetória natural e normal da existência! Quando se perde a dimensão sobrenatural da vida...Quando se distancia da Palavra de Deus, não valorizando o rico e profundo conteúdo de vida nova nela existente!!...perde-se e dilui-se na triste lacuna da mediocridade. E o desamor, legalizado por tantos desamores, entra em nossas vidas como se fora uma fatalidade, inevitável e superior. Esse desamor divide a sociedade entre visíveis e invisíveis. O natal, apesar de ser breve, irrompe como uma pausa no desamor. O Natal do Senhor vem nos dar esta preciosa oportunidade de reflexão serena de nossa vida, face à exigente e desafiadora caminhada da humanidade. “É preciso suportar e perseverar, irmãos caríssimos, para que, tendo sido introduzidos na esperança da verdade e da liberdade, possamos alcançar esta verdade e liberdade. O fato de sermos cristãos exige de nós a fé e a esperança, mas a paciência é necessária para que essa Fé e essa Esperança possam dar seu fruto. A esperança e a paciência são necessárias para levarmos ao fim o que começamos a ser e alcançarmos aquilo que, tendo-nos sido apresentado por Deus, esperamos e cremos...” nos lembra o bispo São Cipriano (Tratado sobre a paciência). É evidente que, diante das gritantes injustiças, ninguém pode silenciar e se omitir..., pois será na ótica da esperança e da paciência, que o clamor contra as injustiças e quaisquer formas de opressão se fará sentir, na ressonância positiva pelo respeito inalienável aos direitos humanos. Não se pode confundir “Esperança e Paciência” com “Passividade”. A esperança e a paciência, são forças dinâmicas, que nos impulsionam a agir com prudência, falando e denunciando com coragem, no momento certo e no tempo marcado pelo bom senso e pela seriedade.

Enquanto “passividade” é omissão, é conivência com o “status quo”... um modus operandi que faz estar de braços dados com as situações injustas e opressoras. Porém, não nos deixemos iludir pela complexidade do momento atual, nos seus latentes desvios e artimanhas. Não sejamos tão ingênuos, deixando-nos envolver por ideologias e filosofias, partidos políticos ou outras agremiações, que se julgam portadores da solução definitiva dos atuais problemas. A História é a ineludível mestra da vida, testemunhando através dos séculos, os fracassos das ideologias, que se fundamentaram na movediça areia dos radicalismos, com o pretexto de pretensas soluções para os angustiantes problemas da humanidade. A irrupção do Filho de Deus na História dos homens, tem um objetivo muito preciso e específico, com transparentes conotações do respeito de Deus pela humanidade...tanto que nos deu o seu FILHO, revestido da nossa fragilidade humana, a fim de cuidar das chagas do seu povo e sanar a contusão dos golpes que recebeu...pois é um Deus de justiça! (Is 30,26). Provou, armando a sua tenda entre nós, que só é possível manter a união e a paz, quando os irmãos e as irmãs se suportam mutuamente e guardam, mediante a paciência, o vínculo da concórdia! Ensinou e continua a nos ensinar como se vive na planície da igualdade, sob o firmamento límpido da justiça, a serena, concreta e real Civilização do amor, da solidariedade e da fraternidade!

Com humildade e simplicidade, diante do presépio do MENINO-DEUS, façamos uma profunda meditação sobre a nossa vida, recordando as palavras do Papa São Leão Magno: “Nosso Salvador, amados filhos, nasceu hoje: alegremos-nos. Não pode haver tristeza quando nasce a vida: dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque Nosso Senhor, Aquele que destrói o pecado e a morte, não tendo encontrado nenhum homem isento de culpa, veio LIBERTAR a todos!!”.

UM NATAL FELIZ NO SENHOR JESUS! UM ANO NOVO REPLETO DE PAZ E BÊNÇÃOS!!!

Prof. MS. Luiz Carlos R. da Silva.

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