Deputada gaúcha disse que ainda espera candidatura única da esquerda
Por Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
A deputada estadual Manuela d'Ávila foi confirmada pelo PCdoB nesta
tarde como candidata do partido à Presidência da República. Dizendo-se
esperançosa quanto à possibilidade de união entre os demais quadros da
esquerda em torno de apenas um nome, a candidata se colocou como a
melhor opção para construir um “novo projeto” de desenvolvimento para
superar desigualdades regionais, de gênero e de raça.
Ao discursar, depois de ter a candidatura lançada com apoio unânime
dos delegados do partido, Manuela d'Ávila apresentou bandeiras como a da
reforma da segurança pública, a justiça tributária, o combate às
grandes corporações e a revogação da reforma trabalhista e da emenda
constitucional que estabeleceu um teto para os gastos públicos por 20
anos. Ela criticou o “desemprego recorde”, a queda da massa salarial e a
evasão de jovens de universidades e escolas técnicas.
Apos o evento, a candidata voltou a dizer que abrirá mão de disputar a
Presidência caso haja unidade dos três outros partidos da esquerda que
pretendem concorrer ao pleito.
“Serei candidata, a partir da homologação, para defender o nosso país
da cobiça das grandes corporações e das grandes potências
internacionais. Sou candidata porque o Brasil é um sonho que pode ser
realizado, porque acreditamos que é possível defender o desenvolvimento
sustentável, aquele que coloca a Região Amazônica no centro das
alternativas”, disse.
Reforma da Previdência
Sobre a Previdência, a candidata defendeu que se faça antes uma
auditoria para saber o “tamanho do déficit”, e depois propor uma reforma
que combata os privilégios. Manuela d'Ávila também disse apoiar a
taxação dos lucros, dividendos e das grandes fortunas. "É necessário
radicalizar a democracia. Ou seja, ocupar poder. É possível construir
uma política com muito mais participação da sociedade", prometeu ainda.
Em diversos momentos do discurso, a candidata criticou também a
prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ela, tem
sido perseguido porque lidera as pesquisas de intenção de voto. “Nós
acreditamos na necessidade de, durante os próximos 60 dias, não
baixarmos a bandeira da defesa da liberdade de Lula”, disse.
Participaram da convenção o governador do Maranhão, Flávio Dino; a
senadora Vanessa Graziotin (AM); a deputada Jandira Feghali (RJ); e a
presidenta nacional da sigla, Luciana Santos. Também estiveram presentes
a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, e a
coordenadora da campanha de Manuela, a ex-vice-prefeita de São Paulo
Nádia Campeão.
Perfil
Nascida em Porto Alegre (RS) em agosto de 1981, Manuela Pinto Vieira
D'Ávila é jornalista. Ingressou em 1999 na União da Juventude
Socialista, ligada ao PCdoB, e mais tarde chegou à vice-presidência da
UNE. Foi vereadora na capital gaúcha e deputada federal por dois
mandatos.
Sua atuação sempre foi focada em pautas sociais especialmente
educação, juventude e direitos humanos. Manuela também já se candidatou,
sem sucesso, duas vezes, à prefeitura de Porto Alegre, em 2008 e 2012.
Desde 2015, ocupa uma vaga na Assembleia Legislativa do estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário