Tornou-se consenso pelo país de que o eleitor é
responsável pelos políticos que fazem trapaças com dinheiro público por ser ele
quem “faz o político”.
Sempre ao se aproximar das eleições, começa um bombardeio
de propaganda e vinhetas com o objetivo de cobrar do eleitor o exercício da
cidadania por meio do chamado voto consciente. Até da Justiça Eleitoral
aparecem mensagens reiteradas no mesmo sentido que, definitivamente, extrapola
seu papel institucional.
Nesse aspecto da cidadania ninguém diz que o
cidadão deveria participar antes para influenciar numa boa escolha dentro dos
partidos.
A escolha de candidatos é feita por dois os três
dirigentes dos partidos. Todos, indistintamente, agem assim. Selecionam seus
fanfarrões por considerarem puxadores de voto. São ex-famosos do esporte, da
música, das bizarrices da televisão, até as vítimas de violência de caso de
grande repercussão.
Não existe nenhuma correlação entre o que o
candidato fez na carreira com sua posição política. Por exemplo, qual fora a
posição de Marcelinho Carioca e de uma mulher-fruta com relação ao impeachment
de Collor? Não se sabe nada sobre a posição deles sobre o voto
obrigatório e a diminuição da maioridade penal; enfim, sobre nada, simplesmente
porque eles nunca deram uma opinião. Parece fazer parte dessas atividades não
opinar sobre nada.
Depois dessa leva de anencéfalos ser escolhida, aí
lhes atribuem a responsabilidade pela qualidade de quem você vai ficar lá em
cima.
Alguns defendem que a propaganda eleitoral e os
debates existem para os candidatos mostrarem suas propostas e programas de
governo no percurso até a eleição. Pelo contrário: essas propagandas tornam-se
um festival de acusações, ofensas e baixaria.
Nessas eleições de 2014, Marina Silva foi a vítima
do primeiro turno e agora os dois candidatos à Presidência da República sobem
num estúdio como se estivesse subindo num ringue.
No primeiro debate do segundo turno, na TV
Bandeirantes, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) extrapolaram na baixeza
e ambos chamaram um ao outro de leviano. Aécio terceirizava ao afirmar que era
o governo. Dilma o chamava diretamente. Isso carimbou meu voto nulo.
Todos os candidatos dizem que seus governos darão
prioridade à saúde, à educação, à segurança, à diminuição de impostos; aos
aeroportos, portos, ferrovias e às estradas; ao salário, aos bolsas-tudo; às
creches, aos jovens, às crianças, aos adultos e idosos. Só se esquecem do
significado de que a prioridade de uma coisa em função de outras. Esquecem até
da velha máxima de “quem prioriza tudo, não prioriza nada”.
Pelos insultos na TV Bandeirantes, conclui-se que a
partir de 2015 ou o Brasil será governado por um leviano ou por um mentiroso.
Anular torna meu voto mais condizente do que colocar uma figura com esse perfil
na Presidência da República. E não vou mais assistir às acusações recíprocas
com ou sem o nome de debate.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bacharel em direito
Bacharel em direito
"NÃO
HÁ DEMOCRACIA ONDE O VOTO É OBRIGATÓRIO"
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