“Lamento profundamente, mas estou sendo obrigado a
sair do PT, partido pelo qual, há três décadas, dedico a minha vida, em função
dessa situação esdrúxula. Um partido que nasceu para libertar os pobres da
opressão, da humilhação, hoje está aliado à única e mais antiga oligarquia do
Brasil, um grupo familiar que trata um Estado da Federação como se fosse a sua
propriedade privada, um grupo familiar que trata o povo maranhense como se
fossem os seus escravos”,diz Domingos Dutra.
No
último sábado(16), o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) participou do ato
de fundação de um partido novo coordenado pela ex-ministra Marina Silva. “O nome
Rede Sustentabilidade surgiu como uma novidade, pois, não leva o nome de partido
na sigla e tem a intenção de manter todos os membros em uma conexão mutua”,
destacou a coordenadora.
Em
seu discurso no a tribuna na sexta-feira(15), o deputado Domingos Dutra disse
que após 33 anos de luta pela criação do Partido dos Trabalhadores(PT) e 80% de
sua vida dedicados exclusivamente ao partido, se via novamente na luta pela
criação de um grupo que confia e que pode fazer a diferença dentro da política
brasileira.
“Estou há 33 anos no Partido dos Trabalhadores. Fui um
dos fundadores do PT, em 1980. Estou com 57 anos de idade, e 80% da minha vida
útil foram dedicados ao PT. Contribuí para a eleição do Presidente Lula e tanto
eu como tantos brasileiros que fundaram o PT enfrentamos muitas dificuldades
ainda no final da ditadura”, declarou o parlamentar ao declarar que não será
fácil sair de um partido que ajudou a fundar: “Não é fácil sair do PT. Para mim,
que venho de um quilombo, filho de camponeses, não é fácil sair do PT. Mas,
infelizmente, as circunstâncias do meu Estado me obrigam a iniciar um processo
de saída do Partido”, disse.
Domingos Dutra relatou o lamentável ocorrido nas
eleições de 2010 quando o PT estadual decidiu democraticamente pelo apoio ao
então deputado federal, Flavio Dino(PCdoB) e o PT nacional anulou a eleição,
dando total apoio a família oligárquica, Sarney, que ainda impera no estado.
“Infelizmente, essa vitória não valeu. O senador Sarney moveu céu e terra e, ao
final, conseguiu a intervenção, anulando o nosso encontro e entregando o PT do
Maranhão para a oligarquia Sarney”, explicou.
“Nesses 3 anos, o PT do Maranhão tem sangrado. Vários
militantes saíram do partido. Esperei pacientemente esses três anos para que a
conjuntura mudasse. Infelizmente a situação do PT do Maranhão é a pior do
Brasil. Eu digo que é um partido de duas cabeças. Uma cabeça do PT, a cabeça
oficial, está no curral do Sarney, e há outro grupo tentando derrubar o curral
do Sarney para libertar o Maranhão. Mas, infelizmente, eu não vejo perspectiva
de essa relação mudar em função da prioridade da reeleição da Presidente Dilma,
na qual o PMDB é partido prioritário”, proferiu Domingos
Dutra.
O
parlamentar não escondeu sua dor pelo provável desligamento e disse ainda haver
chances de se manter no PT. “Com dor no coração, estou iniciando esse processo
de construção de um novo partido. Caso até no final de setembro o PT do Maranhão
continuar ajoelhado, humilhado pela oligarquia Sarney, eu não terei outra
caminho que não seja me desfiliar do PT e me filiar a essa nova agremiação
partidária”.
“Lamento profundamente, mas estou sendo obrigado a sair
do PT, partido pelo qual, há três décadas, dedico a minha vida, em função dessa
situação esdrúxula. Um partido que nasceu para libertar os pobres da opressão,
da humilhação, hoje está aliado à única e mais antiga oligarquia do Brasil, um
grupo familiar que trata um Estado da Federação como se fosse a sua propriedade
privada, um grupo familiar que trata o povo maranhense como se fossem os seus
escravos”, concluiu.
(Assessoria de
imprensa).
Nenhum comentário:
Postar um comentário