25 fevereiro, 2013

MP busca apoio para a Campanha Brasil contra a Impunidade


Membros do Ministério Público do Maranhão (MP) se reuniram na manhã de sábado com representantes de organizações civis a fim de buscar apoio para a Campanha Brasil contra a Impunidade. De acordo com os integrantes do órgão público, a mobilização é uma ofensiva nacional contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, conhecida como PEC da Impunidade que, caso seja aprovada pelo Congresso Nacional, retira do MP o poder de investigação.

Promotores e procuradores participaram da mobilização, realizada na sede da Associação do Ministério Público (Ampem), além de aproximadamente 30 líderes de organizações sociais atuantes em São Luís. “A sociedade precisa se envolver na luta contra a PEC da Impunidade”, ressaltou o presidente da Ampem, o promotor Augusto Cutrim.

Ele explicou que a PEC torna privativas às polícias Federal e Civil as investigações. “Proíbe a atuação de outros órgãos nas investigações. Isso provoca uma concentração de poder para instituições controladas diretamente pelo Executivo. Todo país democrático busca expandir, e não restringir, esse poder de investigação”, destacou.

Segundo o presidente da Ampem, só há três países no mundo que concentram o poder de investigação nas mãos da polícia. “Não por coincidência, são países sob a ordem de regimes ditatoriais”, disse Augusto Cutrim, referindo-se a Uganda, Quênia e Indonésia, situados na África.

Retaliação – Para a promotora Lítia Cavalcanti, a PEC 37 é uma retaliação ao Ministério Público, após relevantes atuações contra a corrupção na política. Segundo ela, é possível ao MP fazer o trabalho de investigação, sem prejuízo da polícia. “Buscam o enfraquecimento do Ministério Público e, consequentemente, da sociedade. As polícias não ganham mais poder retirando-se a possibilidade de investigação do MP”, avaliou.
A campanha busca a não aprovação da proposta, segundo a promotora Sandra Elouf. Ela ressaltou que a PEC, que pode ser votada ainda no primeiro semestre, representa um grave e perigoso retrocesso. “Uma democracia não conseguirá sobreviver sem a possibilidade de investigação do Ministério Público”, disse.
O presidente da Federação das Entidades Folclóricas e Culturais do Estado do Maranhão (FEFCEMA), Paulo de Aruanda, disse estar preocupado com a possibilidade de aprovação da PEC. “O MP é o olho da sociedade. É um instrumento legal da sociedade democrática. Não podemos deixar que a investigação se concentre nas forças policiais”, declarou.

O Estado

Nenhum comentário:

Postar um comentário