05 setembro, 2022

Lula promete reajuste acima da inflação para o salário mínimo em ato de campanha no ABC Paulista

Candidato se reuniu com trabalhadoras domésticas em São Bernardo do Campo. No evento, disse que precisará de 'muito esforço' para mudar o país e que Bolsonaro 'mente' para a população.

O candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu neste domingo (4) que caso seja eleito vai reajustar anualmente o salário mínimo por percentuais acima da inflação do período – ou seja, com ganho salarial real. A promessa foi feita em agenda de campanha em São Bernardo do Campo (SP).

No encontro com trabalhadoras domésticas, Lula disse que os reajustes serão feitos via decreto presidencial e que terá "que fazer um esforço muito grande", porque é preciso "começar a fazer o que precisa ser feito".

"Primeiro o salário mínimo será reajustado todo ano por decreto", disse o candidato.

Na declaração, Lula não citou explicitamente um reajuste acima da inflação. A política de valorização do salário mínimo, no entanto, está no plano de governo da candidatura e chegou a ser implementada nos governos Dilma Rousseff, entre 2011 e 2016.

Na última semana, o governo Jair Bolsonaro enviou ao Congresso a proposta para o Orçamento 2023. O texto prevê um salário mínimo de R$ 1.302 no próximo ano – reajuste de 7,41% que apenas repõe a inflação prevista. Lula criticou a cifra.

"Nos compromissos deles, pasmem, não está nem aumento do salário mínimo, não está nem reajuste da tabela de Imposto de Renda e não está a continuidade do Auxílio Emergencial [Auxílio Brasil]. Então, é preciso a gente se preparar para não cair na mentira. Porque fariseu mente, e a gente não pode acreditar nessas mentiras porque a gente vai amargar o pão que o diabo amassou nos próximos períodos", afirmou Lula.

De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 56,7 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24,2 milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O candidato aproveitou o encontro para atacar o oponente mais bem posicionado na disputa presidencial, Jair Bolsonaro (PL).

"Então, esse cidadão passa o tempo inteiro enganando a sociedade. Ele [Bolsonaro] deu esse salário emergencial agora de R$ 600. Vocês estão lembrados que ele queria dar R$ 200. O Congresso aprovou R$ 600, ele depois tirou para R$ 400. Agora, como está chegando perto das eleições, ele resolveu voltar para R$ 600, resolver dar uma ajuda para táxi, resolveu dar uma ajuda para caminhoneiro até dezembro", lembrou.

Liberação de armas

O candidato também criticou o decreto que liberou o porte e a posse de armas no Brasil, em 2019. Lula afirmou que "quem está comprando arma deve ser o PCC e o Comando Vermelho".

"Os bandidos estão comprando. Os bandidos já não roubam mais arma da polícia, eles estão comprando nova, zero quilômetro, com desconto e legalizada. Então, é o melhor que está acontecendo para os bandidos nesse país. É o melhor. Antigamente, comprar uma arma era muito difícil. Hoje, o mentiroso, ele legalizou a compra de arma", completou.

A afirmação faz referência a casos de apreensão de armas legalizadas que eram repassadas para a facção criminosa Comando Vermelho e para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nenhum comentário:

Postar um comentário