Peixe tambaqui |
Fonte: UOL
Uma determinação da Prefeitura de Juruti, município do oeste do Pará, está dividindo opiniões e causando prejuízos para pescadores e restaurantes locais. Está proibido, por tempo indeterminado, a venda e até o consumo dos peixes pirapitinga, pacu e tambaqui, os mais populares na região. A decisão é uma prevenção à doença de Haff, conhecida como doença da “urina preta”. Desde que um caso suspeito foi notificado no município vizinho de Santarém, há duas semanas, as vendas já vinham caindo. No Pará, três casos suspeitos estão sendo investigados, sendo um em Santarém; um em Trairão e um na capital, Belém.
Em Santarém, a vítima é um homem, que morreu após apresentar sintomas compatíveis com os da doença. Nos outros dois casos, os pacientes foram atendidos e estão fora de perigo. Amostras foram encaminhadas para análise e aguardam resultado.
Juruti tem apenas uma cooperativa de pescadores artesanais, a Z-42, que reúne quase mil integrantes, que dependem desse trabalho para o sustento da família. Segundo o presidente da cooperativa, os meses de agosto, setembro e outubro são os que a pesca dessas três espécies é abundante.
Segundo o presidente da cooperativa Renato de Melo, o estoque de pescado armazenado varia de pescador, mas alguns podem perder até 200 quilos com a proibição. O presidente da colônia de pescadores diz ainda que a medida afetou até as vendas de outros tipos de peixe. “Quando começou a correr o boato, as pessoas ficaram com medo e não queriam mais comprar nenhum tipo de peixe.
Como saída para tentar evitar os prejuízos, desde então o restaurante vem tentando incluir pratos com outras proteínas no cardápio como calabresa, bisteca de porco. “Mas o problema é que o peixe é mais barato e, do jeito que está, o preço da carne não dá para colocar. A gente vai aguentando até sei lá quando, mas tem que acatar a decisão.
Doença de Haff
A Síndrome de Haff é provocada por uma toxina encontrada em alguns peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão), quando ele não é armazenado de forma correta. No Brasil, o local com mais concentração de casos suspeitos é o Amazonas.
A principal forma de prevenção é evitar o consumo de pescados ou crustáceos de origem, transporte ou armazenamento desconhecidos. Em caso de aparecimento dos sintomas, após o consumo desses produtos, procurar imediatamente uma unidade de saúde.
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