07 junho, 2021

Junho de saudades

Por Carlos Brandão – Vice-Governador do Maranhão e Presidente Estadual do PSDB

Entramos em um mês mágico, especialmente para os nordestinos. Mas, cheio de saudades. Impossível não lembrar de nossas festas juninas. Recordo bem do último ano em que foi possível comemorarmos sem preocupações com pandemia.

Em 2019, em São Luís, realizamos um São João inesquecível, sem dúvida alguma. E, pelo Maranhão, a quadrilha, o forró, o tambor de crioula, o bumba meu boi e as demais manifestações tradicionais da época, tomavam conta das praças. Gente feliz por todos os lados.

No estado, ampliamos a programação cultural onde, para cada real investido, tivemos um retorno de quatro reais para nossa economia.

No maior São João da história, aprovado por mais de 97% do público que frequentou a festa na capital, cerca de 1.300 atrações levaram a alegria e espalharam nossa cultura aos maranhenses e aos mais de 150 mil turistas que acompanharam a festa durante os dez dias de programação oficial.

Foi um momento memorável, marcado pelo mosaico de bandeirinhas que enfeitou o Centro Histórico e pela decoração de entrada do Arraial do Ipem, que reverenciava nossos casarões. Um São João também marcado pela Escadaria da Coreira (atrás do antigo Casino Maranhense) – obra do artista visual Gil Leros.
No ano seguinte, as ruas vazias nos trouxeram a dimensão do quanto somos frágeis, abatidos por um inimigo que não conseguimos ver e que ainda estamos aprendendo a combater.

Cheguei a escrever sobre isso, no ano passado; e lembro de ter escrito: “não queremos assim no próximo ano”. Muito mais do que ferramentas, tínhamos esperança. De certo que avançamos muito e chego a cravar que, caso não fossem falhas na tomada de decisão por parte de nossos gestores nacionais, talvez pudéssemos celebrar a vida ao lado de nossas “catirinas” e tantos outros personagens de nossa cultura popular.

De nossa parte, todos os esforços se seguem. Não à toa, somos o estado com a menor taxa de letalidade por Covid-19 do país. É um número alentador, mas nada que supere nossa dor diante dos cerca de oito mil maranhenses que já perdemos (os números são atualizados constantemente pela Secretaria de Estado da Saúde). De qualquer modo, o governador Flávio Dino sempre tem dito o quanto precisamos investir na imunização. Por isso, ainda esperamos uma decisão do Supremo em relação à compra das mais de quatro milhões e meio de doses da Sputinik V.

Enquanto isso não acontece, não ficamos parados e nos mobilizamos fortemente com o que temos. Esta semana, ampliamos a testagem e iniciamos uma força tarefa para alcançarmos o total de cem mil novas doses aplicadas até este sábado. Uma ação que envolve, simultaneamente, as cidades de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Bacabal, Timon, Santa Inês, Caxias, Codó, Açailândia, Coroatá e Imperatriz.

No drive-thru do shopping Pátio Norte, na grande Ilha, os novos imunizados eram recebidos pelo Boi da Maioba, um dos mais tradicionais de nossa festa. O ecoar de sua arte levando um quê a mais de esperança.

Mais uma vez, não será um mês de junho como gostaríamos. Para muitas famílias, será ainda mais saudoso. No entanto, estamos trabalhando. Podem ter certeza de que o governo de todos nós tem trabalhadores valorosos, dedicados, extremamente empenhados em dar aos maranhenses as melhores condições para que possamos ultrapassar essa crise.

Todos estamos com saudades de nosso junho. Mas, agora, esse sentimento foi substituído pelo dever; pela força de lutarmos, dia a dia, pela vida, garantindo que os sons do mês junino possam vibrar novamente, em um futuro muito breve. E assim será, com a graça de todos os santos desse mês tão especial.

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