05 novembro, 2021

TSE cassa mandato de prefeita no Piauí e determina nova eleição

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou nesta quinta-feira (4) o mandato da prefeita de Murici dos Portelas, Ana Lina de Carvalho Cunha Sales, do PSD. Segundo a ação impetrada pela oposição, ela não poderia se candidatar em 2020 por ainda ser, na época, esposa do então prefeito do município, Dr. Ricardo Sales. O caso em questão figuraria um 3º mandato.

O Plenário determinou, ainda, a convocação do presidente da Câmara de Vereadores para exercer interinamente o cargo até a realização do novo pleito. A data deve ser definida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI).

O questionamento da oposição se baseou na regra que determina que parentes e cônjuges do chefe do executivo que esteja exercendo mandato não podem se candidatar ao mesmo cargo. 

Ana Lina venceu a eleição com 2.828 votos, 61,65% do total.  Flávio Jardim, advogado da prefeita, disse que a relação do casal perdurou só durante o primeiro mandato do então prefeito. A defesa argumentou que o casal estava divorciado desde 2013. 

"A conclusão que se chegou o Tribunal Regional do Piauí é absolutamente distinta e essa conclusão foi feita com base numa ampla e densa instrução probatória. O tribunal concluiu que não houve união estável ou casamento durante o segundo mandato do ex-prefeito, razão pela qual está afastada a incidência da súmula vinculante 18. Com base nessas razões confia-se no desprovimento dos recursos dos recorrentes e do Ministério Público", defendeu.

“É certo que o vínculo conjugal era existente durante o início do segundo mandato do então prefeito, de forma que a eleição [de Ana Lina] para a chefia do executivo configura terceiro mandato constitucionalmente vedado”, assentou o relator.

Além disso, o relator concluiu que a Súmula Vinculante nº 18 do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual “a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”, se aplica ao caso em questão, pois a eleição de Ana Lina caracteriza um “terceiro mandato” do clã familiar.

Cidade Verde

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