14 novembro, 2011

Cai consumo de açaí após notificação de surto da doença de Chagas

O consumo do vinho (suco) do açaí, comercializado em Imperatriz em carrinhos, lanchonetes e casas especializadas, diminuiu após a notificação de surtos isolados da doença de Chagas em Pinheiros, São Roberto, Barra do Corda e Lago da Pedra.

“As pessoas perguntam se não tem perigo tomar o açaí por causa da doença do barbeiro”, afirma o vendedor Jessé Oliveira. Ele diz que o consumo diminuiu e que alguns clientes dizem que irão voltar a comprar depois que os casos da doença deixarem de ser notificados e noticiados.

A Secretaria Estadual de Saúde, SES, confirmou em outubro 19 casos da doença no Maranhão e chamou a atenção da população para as formas de contágio: a mais comum, picadas do inseto barbeiro e ultimamente pela ingestão do vinho da juçara (açaí) e caldo de cana.

Para evitar novos casos da doença a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged) informou que barreiras fitossanitárias seriam montadas de modo a não deixar que o açaí proveniente do Pará chegasse ao estado. Os casos da doença de Chagas confirmados em Pinheiro tiveram relação direta com o consumo do açaí vindo de Igarapé Mirim- PA, região endêmica do protozoário Trypanosoma cruzi, agente da doença.

O número de casos registrados esse ano na capital do estado do Pará, Belém, foi 80% maior que em 2010 e segundo maior em cinco anos. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), entre 80% e 90% das contaminações ocorreram por meio de açaí contaminado.

Consumo do Açaí

Açaí: uma das principais fontes de renda do oeste maranhense. Foto:flickr/foxmuld3rAçaí: uma das principais fontes de renda do oeste maranhense. Foto:flickr/foxmuld3r

O açaí, fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea), palmeira típica da Amazônia, ocorre espontaneamente nos estados do Pará, Amapá, Maranhão e leste do Amazonas.

Os frutos do açaizeiro, chamado de juçara no Maranhão, até pouco tempo eram destinados ao autoconsumo na região amazônica decorrente do hábito da população de tomar o vinho do açaí.

O hábito de tomar açaí foi apresentado aos consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste por paraenses que se mudaram para essas regiões. Posteriormente, o consumo aumentou bastante e as agroindústrias passaram a produzir de forma intensiva e exportar a polpa da fruta na forma congelada ou pasteurizada.

De acordo com o estudo Informações de Mercado sobre Frutas Tropicais - Açaí, atualmente tem-se registro de distribuição de polpa congelada e pasteurizada para o Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Maranhão, Pernambuco e Ceará. Exporta-se açaí (polpa congelada, pasteurizada e misturada com guaraná) para os Estados Unidos, França, Itália, Holanda, Austrália, Coréia do Sul e Japão.

Típico de áreas de várzea (áreas alagadas), o açaí passou a ser plantado em terra firme este ano no Maranhão. De olho no potencial de mercado consumidor, o estado intensificou a produção de açaí com o plantio em larga escala de 40 hectares com a estimativa de produção de 400 toneladas por ano.

Imperatriz Notícias

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