SOBRAL - Os policiais militares amotinados no 3.º Quartel da Polícia Militar de Sobral, local onde o senador licenciado Cid Gomes (PDT)
foi atingido por dois tiros de pistola na quarta-feira, 19, sumiram da
cidade, que teve uma quinta-feira de comércios abertos e patrulhamento
policial visível na rua. No município, moradores se questionam se os
agentes deixaram Sobral ou se só tiraram as máscaras e voltaram à
rotina.
A escavadeira que Cid guiava quando foi atingido passou
parte do dia ainda no local do tiroteio, ao redor de fitas de isolamento
e em meio a cacos de vidro quebrados e pedras. Foi retirada apenas no
início da noite, levada por peritos, segundo contaram moradores e
comerciantes. Dentro do quartel, entretanto, ainda não há quadros
regulares de PMs. O
prédio está ocupado por agentes do batalhão ambiental da PM e do Raio,
um grupo de elite similar à Rota paulista, que não haviam aderido ao
motim de quarta.
“Quando o pessoal (dos demais
batalhões chegou, (quinta) de manhã, os caras (amotinados) já tinham ido
embora. Foram embora à noite, depois da confusão”, conta o aposentado
Sebastião Amado, de 73 anos, que mora próximo do quartel. Ele disse que a
tensão maior havia sido na quarta-feira de manhã, quando houve o toque
de recolher.
Insegurança
O comércio do centro de
Sobral havia sido fechado depois que homens, em viaturas da PM, vestindo
roupas à paisana e com capuzes ou camisetas nos rostos mandaram os
comerciantes baixarem suas portas.
Longe da base policial
invadida, os comerciantes ficaram na dúvida sobre fechar ou não as
portas na quarta. Mas se queixaram de ainda se sentirem inseguros. “Não
teve nada por aqui. Nem toque de recolher, nem viatura abandonada com
pneu murcho. Mas a notícia se espalhou, né? Estava todo mundo sabendo.”,
disse a balconista Laurane Ferreira. “A gente ficou inseguro.”
“Eles
ficaram o dia todo lá. Será que levaram arma, levaram bala, levaram
escopeta? Não teve ninguém falando isso. O que ainda pode acontecer?”,
disse o aposentado Cosme Mendes, de 69 anos.
Estadão
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