O Brasil volta a registrar mais de mil mortes por covid-19 em um período de 24 horas. Hoje (12), foram 1.110 vítimas de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Desde o início do surto, em março, o país contabiliza 204.690 vidas perdidas para o novo coronavírus.
Já o número de novos casos foi 64.025 no dia, levando o total a 8.195.637 infectados no geral. Com os novos casos, o Brasil volta a registrar novo recorde na média móvel diária de novos casos. Foram 55.034, considerando os dados dos últimos sete dias. No pico da covid-19 até então, registrado entre julho e agosto, essa média atingiu picos de 45 mil novos casos por dia.
Aglomerações no final do ano e o abandono de medidas de isolamento social e até mesmo os cuidados básicos de higiene, como uso de máscaras e lavagem das mãos, são apontados como os principais causadores do crescimento dos números da pandemia pelo país. Muitas cidades brasileiras encontram-se à beira do colapso em seu sistema de saúde – público e privado –, como é o caso de Manaus, que já vive também uma situação caótica em seu sistema funerário. A expectativa é de que o pior ainda esteja por vir, já que a covid-19 demora cerca de duas semanas após o contágio para se manifestar de forma mais grave.
Taxa de transmissão
Outro indicador importante que mostra o quanto a situação é dramática é o de taxa de transmissão. O chamado índice Rt é calculado pelo Imperial College de Londres e evidencia se um ciclo epidemiológico está sob ou fora de controle. Nesta semana, o Brasil ficou com taxa Rt em 1,21; um aumento expressivo em relação à semana anterior, quando era 1,04.
Essa taxa significa que cada 100 pessoas infectadas pode transmitir o coronavírus para 121 outras. Soma-se a isso a detecção de novas variedades da covid-19 no Brasil, que podem ser potencialmente mais transmissíveis, como a cepa inglesa, denominada B.1.1.7.
Perigos
A taxa de ocupação de UTIs pelo Brasil revela como o cenário é preocupante. No Rio de Janeiro, mais de dez cidades possuem mais de 90% dos leitos ocupados, sendo sete delas em situação de colapso, ou seja, com 100% dos leitos com pacientes.
Em São Paulo, estado que possui maior capacidade hospitalar do país, 67,7% das cidades da Região Metropolitana e 66,3% em todas as cidades. Com mais de 6% de escalada em menos de 30 dias, a área da capital prepara-se para aderir a um isolamento social mais intenso. Hoje na chamada fase amarela do Plano São Paulo, as restrições são muito brandas. Ao atingir 70% de ocupação em UTIs, a região deve migrar para a fase laranja.
Manaus já enfrenta o caos. Com 93% de leitos ocupados e recordes de enterros e casos dia após dia (hoje foram 150 enterros e 250 hospitalizações), a cidade vê filas em cemitérios, pacientes em ambulâncias sem vagas nos hospitais e pessoas morrendo em casa.
O cenário também é dramático em outras cidades como Belo Horizonte. Apesar da capita mineira ter fechado o comércio não essencial desde ontem (11), 86,5% dos leitos estão ocupados e os atendimentos de covid-19 via Samu cresceram 137% em dois meses.
Com informações da Rede Brasil Atual
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