09 fevereiro, 2011

Alunos do Programa Darcy Ribeiro, estão há mais de um mês sem aulas em Barra do Corda

O Programa Darcy Ribeiro da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA implantado no ano de 2010 em 23 pólos, atende alunos de 92 municípios do Maranhão. Foi idealizado pelo reitor José Augusto Silva Oliveira que se reelegeu ao cargo em novembro passado, e é coordenado por Andréa Christina Gomes de Azevedo Cutrim.
Com mais de um ano de funcionamento, o Programa ofertou somente um período letivo e um módulo do próximo. Os alunos estão indignados com a situação, pois entre os períodos passaram cinco meses de férias e agora entre um módulo e outro já são 49 dias de recesso.
Os matemáticos do pólo de Barra do Corda criaram um espaço de discussão acadêmica : o blog matematicosbdc.blogspot.com, onde questionam a atuação da UEMA que prega em seu slogan a realização da qualidade.
A aluna Leidiane Macêdo é integrante da turma e mora a 72 km do pólo, segundo ela “não dá para continuar nessa situação, porque não podemos ir para casa e muito menos trabalhar, pois não estamos de férias nem estudando”.
De acordo com César, coordenador de docentes do Programa Darcy Ribeiro, as aulas não iniciaram porque o Programa não tem recursos para pagar os professores que trabalharam no primeiro módulo e muito menos as despesas dos módulos seguintes. “Estamos esperando o repasse do governo, o que deve acontecer por volta do dia 15, e então regularizaremos a situação”, afirma César.
Acontece que os acadêmicos não podem esperar toda uma vida pela Universidade: “temos compromisso com o Programa Darcy Ribeiro, mas o Programa não tem conosco”, reclama Francisco Gomes.Para a matemática Arisa Arraz, “não dá para continuar em um curso que você sabe quando começa, mas não tem noção de quando vai terminar”.
Os matemáticos de Barra do Corda ligaram para César e quando lhe perguntaram o que poderiam fazer para ajudar, receberam a resposta de que além de esperar só poderiam tentar conseguir o número do telefone da governadora.O interessante nessa história é que Universidade Pública não é favor prestado a aluno, é um direito deles e dever do Estado. Os acadêmicos, bem como seus pais, pagam seus impostos, e quem tem que resolver a situação com o governo é o próprio Programa.
Os jovens estão cada vez mais desestimulados, o Programa está perdendo a credibilidade, afinal a situação é mesma nos 23 pólos. Cada vez mais alunos pensam em desistir.A acadêmica Ana Sousa questiona: “se o Maranhão não pode parar e a UEMA realiza a qualidade, porque estamos sem aula? Queremos respostas e urgentemente aulas.
Os acadêmicos de Barra do Corda estão a disposição para fazer o que for preciso para resolver a situação”.Os acadêmicos acreditam que a educação ainda é o caminho, e hora ou outra as autoridades terão que reconhecer este fato.

Priscila Sampaio

2 comentários:

  1. Ivan, você está desatualizado. Retornamos às nossas aulas esta semana e imagino a que custos manter mais de 3.500 alunos em sala de aula com ensino presencial em 23 localidades diferentes. Seria bom você se informar e atualizar seu blog, pois é fácil copiar e colar comentários destrutivos, difícil é reconhecer o esforço da Uema em ofertar cursos com todos os nossos professores seletivados, com suas carteiras assinadas, laboratórios multidisciplinares que facilitam nosso entendimento na prática e acervo bibliográfico atualizado. Eu que nunca imaginei a Universidade em meu município... eu que sempre sonhei em estudar em uma Universidade na qual não precisasse pagar mensalidades... eu que não teria condições de me deslocar para a capital para cursar o Ensino Superior, agradeço à Uema pela oportunidade. Não a dispensarei... Tenho primos que tem mais condições que eu, que estão passando por greves na Ufma e Uema. Não gosto de meu Polo sem aula (é fato!), mas também acho desonestas lamentações que nem esta. Mas parece ser mal do brasileiro. Bem sabe mesmo é reclamar! Raul (aluno do Darcy Ribeiro/Uema).

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  2. Ivan, tem novidades,

    Segundo uma fonte confiável “de dentro do gabinete do Reitor da UEMA”, o programa de Graduação de docentes “DARCY RIBEIRO”, criado pelo então Governador do Estado do Maranhão está com os dias contados, a “fonte” falou ainda que “não sei qual o destino dos alunos dos cursos que estão em andamento, mas que vai acabar, ah, sim, isso vai”.
    Para os alunos atualmente matriculados no programa, que em sua maioria são jovens do interior do estado, e que não teriam condições de cursar uma Universidade, ficaria a lembrança dos períodos cursados.
    Para que possamos mudar o atual quadro de desigualdade social existente em nosso estado, somente com uma educação de qualidade e a possibilidade de acesso dos jovens a Universidade, pois como competir com os que vêm de fora, com seus cursos de Graduação, Mestrado e até mesmo Doutorado, quando os nossos jovens tem em sua maioria apenas o ensino fundamental, e os poucos que conseguem atingir o ensino médio, uma minoria tem acesso ao Ensino Superior, e destes menos ainda dão andamento em seus estudos com cursos de pós-graduação, mestrado ou “sonhando”, um Doutorado.
    Quando temos a oportunidade de cursar o Ensino Superior, vem um pequeno grupo de “poderosos”, que não querem que a população tome consciência de seus direitos, sim, porque com educação, o povo desperta e enxerga os mandos e desmandos que este grupo tem feito em nosso estado, tão rico e tão mal distribuído, com a população mais humilde passando por dificuldades financeiras, tendo que muitas vezes sobreviver do “lula família”, que não demora muito, também será extinto.
    A educação, segundo os pensadores, é a chave para o sucesso do homem moderno, os que detêm o poder, seja ele social, político ou econômico, não têm interesse que esta chegue as camadas mais baixas de nossa sociedade, pois com uma visão capitalista de mundo, o seu poder depende da ignorância das massas.
    PDR, sim! Educação, sim! Chega de tanto sofrer sem nada saber, sem perspectiva de mudança ou crescimento.

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