14 fevereiro, 2025

MÁFIA DAS EMENDAS! Deputados do PL usavam ameaças armadas para extorsão, aponta investigação da PF

Deputados do PL usavam ameaças armadas para extorsão, aponta investigação da PF
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados


Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de extorsão e desvio de recursos públicos envolvendo três deputados federais do Partido Liberal (PL). De acordo com o relatório da PF, o grupo utilizava ameaças armadas para coagir prefeitos a devolverem parte dos valores de emendas parlamentares destinadas à saúde no município de São José de Ribamar, no Maranhão. A estrutura criminosa seria liderada pelo deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA). As informações são do Escotilhanews.


Venda de emendas e ameaças a prefeitos

A investigação da PF indica que o esquema consistia na venda de emendas parlamentares e no uso de uma equipe armada para garantir a devolução de até 25% dos valores repassados às prefeituras. O ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, denunciou o esquema em 2020 após se recusar a fazer o pagamento exigido pelo grupo. Sampaio relatou ter sofrido ameaças diretas, que também se estenderam a seus familiares.

A operação revelou que os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) atuavam junto a lobistas e ao agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como "Pacovan", para garantir a operacionalização do esquema. Os parlamentares tomavam empréstimos com Pacovan e, posteriormente, direcionavam emendas para São José de Ribamar. Quando os repasses federais chegavam à prefeitura, o grupo pressionava o gestor municipal a devolver parte dos recursos, utilizados para quitar as dívidas contraídas com o agiota.


Detalhamento da investigação e papel dos envolvidos

O relatório da PF aponta que o esquema envolvia três emendas parlamentares, totalizando R$ 6,7 milhões, dos quais R$ 1,6 milhão teria sido exigido como propina. Segundo a investigação, cada deputado tinha um papel específico dentro da estrutura criminosa:

  1. Josimar Maranhãozinho (PL-MA): Apontado como chefe do esquema, Maranhãozinho direcionava as emendas parlamentares e comandava as cobranças aos prefeitos, recorrendo a ameaças armadas para garantir o repasse do dinheiro desviado.
  2. Pastor Gil (PL-MA): Utilizava o esquema para desviar recursos de suas próprias emendas e participava ativamente das negociações com os prefeitos.
  3. Bosco Costa (PL-SE): Também envolvido no desvio de recursos, Costa intermediava a captação do dinheiro junto a lobistas e facilitava a movimentação dos valores ilícitos.


Desdobramentos jurídicos e foro privilegiado

Com base nas denúncias e provas colhidas, a Justiça Federal determinou a prisão do agiota Josival Cavalcanti da Silva e de outros integrantes da organização criminosa. No entanto, os deputados envolvidos no esquema não foram detidos devido ao foro privilegiado, e o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra os parlamentares, que será analisada pelo STF no próximo dia 25. O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, decidirá se a denúncia será aceita, tornando os deputados réus no processo.


Posicionamento das defesas

A defesa de Josimar Maranhãozinho afirmou que não irá se manifestar sobre o caso. Da mesma forma, as assessorias dos deputados Pastor Gil e Bosco Costa também optaram por não comentar a investigação e as acusações levantadas pela Polícia Federal.

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