Maria do Perpétuo Socorro Pereira, de 35 anos, foi presa na última quarta-feira (27) sob suspeita de ter assassinado sua companheira, Karita Joara de Lima, em Teresina. O caso, inicialmente tratado como suicídio, levantou dúvidas tanto da família da vítima quanto da polícia, que agora investiga o crime como feminicídio.
Karita (foto) foi encontrada morta em 26 de setembro de 2024, em sua casa no bairro São Pedro, Zona Sul de Teresina. Segundo relato de Maria às autoridades, a companheira teria se enforcado com um cinto preso a um gancho usado para redes. No entanto, a versão não convenceu os familiares. “A gente nunca acreditou em suicídio. Karita estava em uma boa fase da vida”, afirmou Daniel Dángelio Lustosa, primo da vítima.
Indícios de homicídio
A Delegacia de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu a investigação e encontrou fortes indícios de que Karita foi assassinada. De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, o exame pericial revelou lesões incompatíveis com enforcamento autoinduzido.
“Os ferimentos no pescoço mostram que Karita sofreu um enforcamento horizontal, o que sugere que a força foi aplicada por algo ou alguém na mesma altura dela”, explicou a delegada. Além disso, a vítima apresentava ferimentos na cabeça, enquanto Maria do Socorro não tinha nenhuma lesão.
A suspeita está em prisão temporária por 30 dias, enquanto a polícia aguarda a conclusão de laudos complementares para encerrar o inquérito.
Relação conturbada e afastamento da família
Segundo Daniel, o relacionamento entre Karita e Maria era recente. Elas viviam juntas há cerca de seis meses, mas o convívio afastou Karita de seus familiares. “Eu só via minha prima quando ela passava pelo meu trabalho, mas outros parentes nem isso”, relatou.
Ele também revelou mudanças no comportamento de Karita após o início do namoro. Ela teria deixado de consumir bebida alcoólica socialmente, pois Maria desaprovava.
Comportamento suspeito da companheira
A postura de Maria após a morte de Karita levantou ainda mais suspeitas. Segundo Daniel, ao visitarem a casa da vítima, os familiares notaram que a residência havia sido limpa e arrumada, e todos os pertences de Maria já haviam sido retirados.
“Ela simplesmente esvaziou a casa e foi embora para uma cidade no interior do Piauí”, disse o primo. Maria também não compareceu ao velório nem ao enterro de Karita, o que aumentou o desconforto da família.
Laudos apontam lesão grave
Outro detalhe que reforça a tese de homicídio é o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), que identificou uma lesão crânio-encefálica em Karita, resultado de uma pancada na cabeça. O documento contraria ainda mais a versão de suicídio apresentada por Maria.
A investigação segue em andamento, e a polícia trabalha para esclarecer as circunstâncias da morte de Karita Joara, enquanto a família espera por justiça.
G1 PI
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